sexta-feira, 17 de maio de 2019

Lilium para os Jetsons com amor


A versão definitiva, a primeira tinha asas retráteis.

    Lembra bastante o carro dos Jetsons. Design limpo e elegante que serviria facilmente para um carro futurista. As soluções encontradas são tão simples e elegantes quando esse design minimalista, com um mínimo possível de peças móveis, o que assegura não só a confiabilidade como também um custo menor de manutenção e reparos, bem como a segurança de um veículo que, se parasse repentinamente, em vez de atrapalhar o trânsito simplesmente mataria seus cinco ocupantes.



    Não é de hoje que falo, inclusive já tendo citado o Pipstrel Panthera, do interesse da indústria aeronáutica na motorização eléctrica. São tantas propostas e protótipos, que o assunto quase caiu na vulgaridade das promessas que nunca seriam cumpridas, apesar dos vultuosos investimentos de Boeing, Arbus e até da NASA.

 
Os fundadores ao lado do seu bebê voador.



   A despeito de sua força, o gigantismo dessas entidades as tornou muito lentas para a lépida alemã Lilium, com seu Lilium Jet. Uma preocupação que a maioria dos projectos não teve, recebeu cuidados especiais dos teutões; o design que eu já elogiei e não me cansaria de voltar a fazê-lo. A maioria das propostas parece ter sido pensada para nerds de tecnologia, o Lilium Jet foi claramente desenhado para atrair a clientela. Parece-se com um pequeno avião sem cauda, com as asas em posições invertidas, o que dá um aspecto familiar e ajuda a quebrar a resistência do cidadão comum a novidades dessa monta.



    As asas, aliás, são o pulo do gato. As quatro são fixas e abrigam os trinta e seis motores. Parece ser motor demais? Afinal os pretensos concorrentes, ainda na esphera das promessas, usam apenas dois ou três enormes, o que em princípio manteria os custos de manutenção mais baixos e simplificaria as intervenções. É um raciocínio correcto, mas não de todo.

 
O live action dos Jatsons já teria um carro de verdade.



    Trinta e seis motores pequenos dispostos ao longo das asas tiram pouco, quase nada da visibilidade. Se isso é importante para uso profissional, imaginem em um veículo pensado para agradar ao público leigo, que vai querer apreciar a paisagem durante o percurso!



    Motores pequenos e mais integrados ao perfil do veículo, equacionam melhor a aerodinâmica, o que contribui para o bom desempenho de uma hora de vôo à velocidade de cruzeiro de 300km/h. São brutais 2000cv de potência máxima, que asseguram decolagem rápida e pouso seguro, mas só cerca de 200cv são necessários para o vôo em si.

 
A simplicidade levada ao extremo. De cima parece uma joia.



    O pouco tamanho e a pouca massa facilitam a articulação desses motores, facilitando pouso e decolagem na vertical, mas usufruindo da eficiência do vôo horizontal; ao contrário dos drones gigantes e seu grande apetite por energia que a maioria dos concorrentes propõe.



    A despeito do número, seus motores pequenos podem ser cada um rapidamente vistoriados por um bom técnico. Em, caso de intervenções, um motor pequeno e leve, que se pode carregar na mão, é MUITO mais fácil, rápido, barato e seguro de ser reparado ou mesmo substituído.



    E por falar em segurança, vem aqui a maior argumentação para quem tem medo de embarcar e cair; a probabilidade de mais de um motor falhar em vôo é muito pequena! Não obstante a conhecida confiabilidade de um motor eléctrico, o típico silêncio do funcionamento evita que os passageiros entrem em pânico em caso de falhas. E sejamos francos, só com sabotagem para trinta e seis motores pararem de funcionar ao mesmo tempo!

 
Portas asas-de-gaivota, pensadas para os olhos público, permitiriam voar com elas abertas.



    A previsão para lançamento do táxi-aéreo é para 2025, em virtude do tempo necessário para testes, análises e correções para homologação de uma aeronave. Para comparar, um carro com dois anos de desenvolvimento pode já estar apto à venda. Embora a intenção de Daniel Wiegand, CEO e co-fundador da “tartup” (detesto essa palavrinha gourmetizada) seja oferecer serviço de táxi-aéreo, a preços que promete que serão compatíveis com o cidadão comum, o desenho bem cuidado é garantia de interesse público, com contagem regressiva para compradores exigindo modelos de venda assim que os usuários fizerem sua propaganda boca-a-boca.



    Não se assuste se seu vizinho aparecer decolando do quintal com um VTOL (que chamo de transdrone) próprio. É suficientemente compacto para uma casa de classe média e cabe em qualquer heliporto.


O dia do teste



Ver mais:



https://airway.uol.com.br/lilium-apresenta-prototipo-de-taxi-aereo-urbano/



https://blog.wandr.me/2019/05/lilium-jet-flying-taxi-evtol-first-flight/



Website: https://lilium.com/


E ele funcionou!



P.S: Na momentânea falta de cacife para o de verdade, quando lançarem as miniaturas eu vou querer uma.