quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Outlander HPEV, dura de comprar, barata de manter

Fonte: http://www.treehugger.com/slideshows/cars/mitsubishi-unveils-outlander-plug-hybrid-paris-motor-show/

Digo de cara o número impressionante de uma rural avantajada: média de 62,5km/l. Não, não é um consumo de melhor passagem, é médio. Isso significa que chega fácil a 65km/l, o consumo de uma Biz bem regulada... só que com duas toneladas a mais. A autonomia é de generosos 880km. O impressionante, é que este consumo é de um motogerador à gasolina. Pois é, eu também pensava que fosse diesel, foi mais difícil confirmar a informação, do que eu supunha.

Fonte: http://www.japanesesportcars.com/photos/desktop-wallpapers/mitsubishi/2014-mitsubishi-outlander-phev/2014-mitsubishi-outlander-phev-010.jpg.html

Já conhecida do brasileiro, é um dos poucos utilitários esportivos que não faz cara de psicopata, para transmitir respeito. Não é porque a Mitsubishi tem fábrica em Goiás, mas trata-se da rural de desenho mais elegante à venda no Brasil. Já a qualidade estrutural, é chover no molhado afirmar que muitos dos primeiros TR4 feitos aqui, ainda rodam como se fossem novos.

Fonte: http://www.cars-specifications.com/mitsubishi/mitsubishi-outlander-plugin-hybrid-paris

Outro número impressionante, é o tempo de recarga deste híbrido plug-in, são quatro horas e meia para carregamento total. Já disse e repito, é raro alguém deixar as baterias se esgotarem completamente, praticamente só os neuróticos electrophbicos da Topgear o fazem... de propósito. Sendo híbrida, então, é virtualmente impossível, ainda mais com a frenagem regenerativa sendo tão utilizada na cidade. O pacote de baterias é modesto, apenas 12kWh, mas é o suficiente para o trabalho conjunto dos três motores.

Fonte:http://www.greencarreports.com/news/1079472_2013-mitsubishi-outlander-plug-in-hybrid-gallery-2012-paris-auto-show

São três motores, um de dois litros, que gera 98cv, e um eléctrico em cada eixo, com 41cv cada. Concluo que gerador e mortores eléctricos são de muito alta eficiência, para a diferença de potências não chegar a 20%.

Aqui deixo um comentário aparentemente maldoso, mas que é pertinente... Trata-se de um veículo apropriado para nossas cidades, que não podem ver chuva. Caso o motor à combustão apague por calço hidráulico (quando a água entra pela admissão e invade os cilindros), é só acionar o modo eléctrico puro e ir devagar, sem medo. Dá para rodar mais de 55km, só com as baterias.

Fonte: http://www.neocarmodels.com/2013-mitsubishi-outlander-plug-in-hybrid-version-production-in-paris-releasedate-review-specs-photo-price

Outro número impressionante, mas que me mata de vergonha, é o preço. São 2,89 milhões de Ienes, cerca de R$ 70. 270 Reais, contra 4,29 milhões de Ienes da versão comum, cerca de R$ 104.064. Estranharam a conta? É que por causa do consumo, e por ser híbrida, ela tem incentivos do governo japonês, e como foi-se o tempo em que uma versão híbrida de fábrica, custava o dobro ou mais do preço original, a Outlander híbrida acabou ficando quase um terço mais barata. E o Brasil teima em socorrer as ações da Petrobras, boicotando esses veículos!

Fonte: http://www.japanesesportcars.com/photos/desktop-wallpapers/mitsubishi/2014-mitsubishi-outlander-phev/2014-mitsubishi-outlander-phev-003.jpg.html

Mesmo com esse boicote vergonhoso, ela poderia vir aproveitando as mesmas regras que beneficiam o Prius, e que evitaram que ficasse excessivamente caro, por causa do baixíssmo consumo. Ainda que fosse à diesel, a 4X4 reduzida pode ser comprovada, mesmo sem ligação entre o motor à combustão e as rodas, já que os eléctricos poderiam ser incorporados às rodas, mas utilizam redução.

Mas vem? É provável que venha. O Prius, ainda que eu tenha críticas ao fraco resultado de consumo, e o Fusion Hybrid abriram caminho, já há muita gente preferindo os híbridos. Infelizmente, por cá ela custaria não menos de R$ 150.000,00. Mesmo enquadrada como veículo de baixo consumo.

O público é claro, famílias grandes, frotistas inteligentes e fazendeiros sem preconceitos bobos... o que no Brasil é muito raro. Uma terceira fila de bancos, embutida no assoalho do porta-malas, permite levar seis passageiros. Ao contrário do Fluence ZE, as baterias da Outlander ficam sob o assoalho central, poupando espaço e equilibrando a distribuição de peso, o que favorece a estabilidade.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

100km/l

 A Audi confirmou pra 2015, o lançamento de um utilitário para quatro pessoas, diesel-híbrido, capaz de fazer qualquer motocicleta parecer beberrona.

Não há detalhes técnicos, nem mesmo sobre as baterias. O que se sabe, é que o carro terá um motor diesel de compactos 800cc, que despejará 48cv. Potência modesta até para os turbodiesel modernos, de pequena cilindrada, mas pode ser um indicativo de que trabalhará em rotações mais baixas.

Um motor eléctrico de 25cv será a contraparte, totalizando 73cv. Provavelmente os 25cv são nominais, ou seja, são a potência com que o carro pode contar normalmente. De pico, para acelerações mais fortes, normalmente por não mais do que um minuto, provavelmente tem pico de 50cv.

Wolfgang Durheimer, director de pesquisa e desenvolvimento, assegura que mesmo fazendo 100km/l, o carro estará ao alcance financeiro do público médio da Audi. Não, eu não acrescentei um zero e não omiti o "litros por 100km". O carro tem média de cem quilômetros por litro.

Qual a magia? A mesma que faz as gigantescas locomotivas diesel-eléctricas e os imensos caminhões mineradores, terem custos operacionais viáveis, apesar de poderem desenvolver milhares de cavalos-vapor como potência média, de cruzeiro. São híbridos. Os motores eléctricos optimizam enormemente o funcionamento dos de ciclo diesel, permitirno que trabalhem com potências que os deixariam abaixo da roteção mínima de operação, se utilizassem caixas de marchas para transmitir força às rodas.

Some-se a isto a engenharia alemã, a tecnologia de ponta de uma marca premium tradicionalíssima, a liberdade de poder trabalhar com pouca carga e pronto. A certeza é de que cairá no gosto de muitos artistas, o que será publicidade instantânea para a Audi, passaporte para despertar a empatia do público. Espera-se que até lá, os efeitos graves da crise já tenham passado.

Até lá, as baterias da CallBattery, já estarão no mercado, custando 70% menos e sendo cerca de 60% mais leves do que as actuais; ver clicando aqui. A marca premium da Volkswagen já estar de olho nisso.

Vir para o Brasil, é pouco provável. Se não mudarem a regra arcaica de proibir veículos de passeio com ciclo diesel, ou pelo menos abrir exceção para os híbridos com uma parcela mínima de potência eléctrica, só virá como carro de embaixada e afins.

California Lithium Battery, clicar aqui.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fiat 500e na tomada


Para enfrentar o Spak EV, que tem carinha de pókemon, a Fiat anunciou o lançamento do 500e, com previsão para chegar já no primeiro trimestre de 2013, com cinco cores: preto, pérola, cinza, prata e "laranja eléctrica"... Sim, é a cor das ilustrações de divulgação.

Por causa da teimosia incompreensível dos italianos, e conseqüente retardo nas pesquisas afins, o Fiat é tecnicamente um pouco inferior ao concorrente, não só por ter apenas duas portas. São 111cv de pico, e cerca de 21kgfm de torque máximo. A autonomia também não surpreende, cerca de 130km em rodovia e 160km na cidade. Velocidade máxima de 137 km/h. Tudo financiado por 24kMh de baterias de íon de lítio.

O tempo de recarga total, na hipótese de o motorista ser um completo mongo, ou estar em uma situação de extrema emergência e não poder atender aos avisos do carro, com as baterias completamente arriadas, é de quatro horas em uma tomada de 240V, ou doze em uma de 120V. Carregadores domiciliares, que por lá já não são novidade, dão onta do recado. Cargas rápidas não foram citadas, mas é provável que não fuja do trivial, de 80% da carga total em não mais do que vinte minutos.


Um benefício resultante das pesquisas do 500e, e que espero que migre logo para os outros, é o estudo aerodinâmico. Foram cento e quarenta horas no túnel de vento, para garantir oito quilômetros a mais de autonomia. Bem, não bastaria colocar adereços aerodinâmicos já comprovados em pistas? Sim, até dispensaria os investimentos, mas a Fiat quis manter a aparência original, o que não significa que um técnico que saiba o que está fazendo, não possa providenciar isso.

Virá ainda com uma tela circular de sete polegadas, como painel de instrumentos, com mostradores digitais, aplicativo para celulares Apple, com plataforma Android, que inclui o monitoramento completo do carro, informando sobre carga, autonomia, GPS, e tudo mais que frita os nervos do motorista experiente, mas faz a alegria de quem não está acostumado a trafegar por longas distâncias. Questão de se habituar, ou escolher outro plug-in, menos mimador.


Inicialmente, até a demanda se consolidar, será oferecido apenas no Estado da Califórnia. Medo de perder dinheiro, afinal o Volt é um fracasso de vendas e o Model S está encalhado desde o primeiro exemplar... Não me admira que a Ferrari tenha demorado tanto a anunciar seu sistema híbrido! A Porsche há muito já consolidou o seu, fazendo mais por litro do que muitas motocicletas.

Não fosse pela Chrysler, que já tinha híbridos e eléctricos puros em estudo, antes da quase falência, talvez o 500e jamais tivesse saído do papel... E a Fiat jamais tivesse um SUV de verdade, como a Freemont, que ficaria muito bem com um sistema híbrido de primeira linha.

O preço inicial é de pouco mais de US$ 36.000,00, certamente não será por ele que o Spark EV perderá clientes. O 500e foi pensado como um carro de nicho, enquanto o Chevrolet foi pensado para as massas. As quatro portas do Spark provam isso. Aliás, é quase o preço do Focus EV, que raspa os quarenta mil dólares oferecendo um conteúdo muito superior, além de espaço para a família toda, ou os amigos.

O sucesso nunca é certo, mas tendo em vista o local escolhido, ele é muito provável, tanto quanto a breve necessidade de a Fiat rever seus planos de distribuição. Quem sabe, até oferecendo uma versão com pacote extra de baterias, e uns cavalos-vapor a mais. Talvez o sucesso inesperado até estenda a versão "e" para outros modelos, como os utilitários, talvez até a Freemont.. Só um devaneio, mas com chances de se concretizar.

Brasil? Quê que tem? Não há planos nem de vender para o México, que dirá o Brasil! Só por importação independente, pagando uma pequena fortuna pelo carrinho, sem garantias, sem assistência técnica e tudo mais. Ou seja, só para os ricos que quiserem um brinquedo caro e exclusivo, porque demorará a chegar por aqui.

Para mais, clique aqui, aqui e no website da Fiat USA aqui.