sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A Fisker e o triângulo chinês

fonte: Green Car Reports

A Fisker, que ora está ameaçada de falência, recebeu uma lufada de ar fresco e já consegue respirar o aroma da esperança. A Geely, dona da Volvo e que soube respeitar a tradição dos suecos, agiu rápido e se apresentou para comprar a marca americana.

Para quem não acompanhou a história, a Fisker está em sérias dificuldades financeiras, tanto que nem tem (ou tinha) mais crédito sequer para comprar as baterias para construir o Karma, até agora seu modelo único.

Isso se deu mais por causa da administradão do que pela desconfiança para com o carro, que é um sucesso de crítica e público. Por falhas de planejamento, a montadora não conseguiu a ajuda do governo para ter capital de giro, porque encomendas ele tem. Mais um caso em que um carro excelente corre o risco de desaparecer por ser fabricado sob uma direção deficiente.

O facto é que a Fisker subestimou muito o potencial de vendas do sedã esportivo, tendo precisado dar passos maiores do que as pernas, para honrar as encomendas e tentar não ter o mesmo destino da Cord, que  nos anos trinta foi vítima de seu próprio sucesso. Como os Cord, o Karma fez um sucesso estrondoso entre os artistas, até mesmo entre os fãs de motores enormes, atiçando assim a cobiça dos fãs. Com a crítica especializada se desmanchando pelo carro, o risco de desonrar as entregas rondou a fábrica muito de perto.

Conforme informe no Green Car Report, vê-lo clicando aqui, a montadora chinesa se valeu de sua agilidade, que as estatais não têm devido à enorme burocracia inerente, para elaborar e apresentar uma proposta factível, com os pés no chão.

A Geely, antes conhecida pelo desastre de seus carros em crash-tests pelo mundo, que causou um pânico ocidental de simplesmente entrar em um carro chinês, mostrou que aprendeu com seus erros, mas optou pelo caminho mais curto. Comprou a quase falida Volvo e se valeu da engenharia sueca para produzir seus novos modelos. Agora, se concretizar a aquisição da Fisker, pode tornar-se uma séria ameaça às pretensões da General Motors de ser a maior fabricante de híbridos e plug-ins do mundo.

Fonte: http://www.dhcar.cn/

Mas será que os carros da Geely melhoraram tanto assim em tão pouco tempo? Pode ter certeza. Podemos dizer que hoje ela fabrica meios-volvos e coloca sua logomarca na grade. Embora o design de sua gama precise melhorar, ela exibe com garbo os resultados dos últimos testes de colisão.

Para nós seria uma boa notícia, porque a Geely está desembarcando por cá, trazer a Fisker como marca premium para importação, melhoraria a imagem da empresa no Brasil, além de atiçar os brios da Tesla, que embora bem administrada, também tem carros muito melhores do que a empresa.

Para quem ficou curioso em conhecer essa chinesa que tem gerado ciúmes nos membros do Partido Comunista Chinês, clique aqui e aqui.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

VW Golf, enfim eléctrico

Fonte: At The Lights

Com mais atraso do que o similar brasileiro em relação ao alemão, o Golf eléctrico finalmente está pronto. Estreará no Salão de Genebra, no início de Março. Usará um motor com pico de 116cv e 27,5kgfm de torque, acoplado à transmissão da tração dianteira, para mover 1545kg em ordem de marcha.

Com previsão para custar cerca de quarenta mil Euros, o hatch provavelmente terá lugar de destaque no espaço da Volkswagen, mas não será exactamente uma sensação. Embora os números de desempenho sejam razoáveis, com 135km/h e 11,8s para ir de 0 a 100km/h, a autonomia não enche os olhos.

Assim como a concepção de tração, a autonomia começa a ficar defasada, são apenas 175km com uma carga. Embora donos de eléctricos já tenham as manhas para andar mais sem abrir mão da velocidade de cruzeiro, ele chega atrasado e caro para concorrer com o veterano Leaf, por exemplo, cuja versão actual roda quase 230km sem pedir tomada.

Não se pode mesmo esperar muito de 26,3kWh (35,7cv) fornecidos por trinta baterias em baixo do banco traseiro. A solução, embora inteligente, na realidade é uma tentativa de cortar custos, para evitar uma prensa nova que fizesse um assoalho novo para o porta-malas, situação em que o estepe poderia ficar de pé, como nos carros mais antigos, abrindo espaço para mais baterias, ainda que opcionais.

Sejamos sinceros, a marca de Wolfsburg dormiu no ponto, demorou muito para oferecer o que sua marca premium, a Audi, já conseguiu aprimorar e incorporar seu estilo. Um Passat híbrido, por exemplo, teria a simpatia imediata de artistas alemães, como Anett Louisan. Uma opção de híbrido para os veículos de carga e vãs, como a Kombi alemã, que está na fila para substituir a nossa ainda neste ano, ganharia rapidamente a simpatia de transportadoras urbanas e campistas.

Mas não sejamos pessimistas, quem sabe a VW toma gosto, como a GM tomou e desembesta neste caminho. E quem sabe, quando esta geração chegar ao Brasil, o plug-in também chegue. Talvez, por conta da nova legislação de segurança, venha alguns meses depois de lançado, já em 2014... Quem sabe.

Se eu compraria? Talvez, mas não seria a primeria opção, BMW Chevrolet e Nissan oferecem mais pelo mesmo dinheiro. Talvez o carisma remanescente e a ampla rede de concessionários se tornem um diferencial de peso.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Bristol Namir, o super Wankel!

Fonte: http://www.gtspirit.com/

Eu já disse que o sistema híbrido seria a salvação dos excelentes, mas temperamentais motores rotativos wankel. Nem um ano se passou e já apareceu um para tirá-lo das saudades.

Aos sessenta e sete anos de idade, a após uns anos de ostracismo, em decorrência da crise especulativa que ainda castiga o mundo, mas principalmente a Europa, a Bristol Cars pretende dar a volta por cima no próximo Salão de Genebra, com um derivado do conceito Namir, da Frazer-Nash, apresentado incicialmente em 2009. A semelhança entre o conceito e o lançamento, é geminiana.

Fonte: http://www.gtspirit.com/

De quebra, ele ainda tem um porta-malas, na extrema traseira. Pequeno, para quatro malas, mas mais do que suficiente para os dois ocupantes, e muito mais do que se espera de um bólido deste naipe.

Acostumada a encantar o mundo com belos e legítimos grão-turismos, e hoje controlada pela Frazer-Nash, que também detém a patente do motor, a britânica apresentará um super carro híbrido, dotado de um moto-gerador Wankel de míseros 813cm³ e um bom pacote de baterias de íons de lítio de 14kWh. Míseros, mas suficientes, já que serão utilizadas sozinhas apenas em baixas velocidades.


Fonte: http://motordicas.blogspot.com.br/2009/03/italdesign-giugiaro-fraser-nash-namir.html

O desenho causou polêmica de cara. Fora uns revoltados sem causa, que declararam ódio incondicional aos híbridos, todos reconheceram a funcionalidade aerodinâmica. Claro que a reação foi "Ame ou Odeie" o desenho da Italdesign. Não posso dizer que achei exactamente lindo, mas me agradou... Mesmo parecendo uma cópia reestilizada do Murciélago. O perfil de uma bala e o jeitão de Stealt, foi uma escolha racional.

O facto é que o grupo teve muito tempo para maturar a idéia, que inclusive cogitava um eléctrico puro, já que desenvolve há anos plataformas para plug-ins puros. Graças à aerodinâmica e ao aperfeiçoamento do motor rotativo, um carro que no Brasil teria um grande desconto de IPI, por causa da cilindrada, alcança 322km/h. Faz de 0 a 100km/h em 3,5s, e de 0 a 200 em 11,4s.
Fonte: http://motordicas.blogspot.com.br/2009/03/italdesign-giugiaro-fraser-nash-namir.html

Os 370cv dos quatro motores de tração, não se traduzem em um carro beberrão, o dono poderá viajar nele sem ter que parar para reabastecer várias vezes, o Namir cravou 39km/l, em velocidade moderada... Mas vai imaginar o que é velocidade moderada para um carro desses!

Os razoáveis conhecedores do mundo automotivo devem ter reconhecido o nome da controladora. Bem, Frazer e Nash eram os nomes de duas montadoras americanas, que desapareceram de forma lenta e cruel, se agarrando até os últimos parafusos para resistirem à falência, apelando inclusive para incorporações, que resultaram em novas marcas, mas que duraram pouco. Pois bem, fãs órfãos das marcas, trata-se de uma homônima das duas americanas, mas "são da família" né, ei-las salvando outro ícone da indústria automobilística, em grande estilo... Não, eu não acredito que um New Ambassador Hybrid esteja nos planos do grupo.

Não é certo, mas é provável que o mantenham o nome Namir. Por que? Porque é um carro europeu, os europeus adoram nomes que remetam à nobreza e unam inovação com tradição. Também porque o público alvo, que acende charutos com notas de cem, não se interessa por um nome viral, que não sai da cabeça. Pele ele, o nome fica se o carro for bom, e um Bristol definitivamente é bom. 



Sem mais informações confiáveis, esperemos pelo Salão de Genebra, que não é o maior do mundo, mas de longe é dos que mais apresentam inovações.

Website da Bristol, clicar aqui.
Website da Frazer-Nash, clicar aqui.