Quem olha o Lifan 620, reconhece facilmente um monte de carros, como o Bora. Ele é da safra de cópia e mistura de estilos, inclusive compra de plataformas, que são produzidas por anos até o consumidor decidir que quer coisa nova. Embora a personalidade não seja o forte do 620, a evolução do Santana na China, ele é incomparavelmente mais harmonioso e agradável aos olhos do que o 320, uma cópia estranha do BMW Mini. Mais notícias e comentários, aqui, aqui e aqui.
Pois bem, a Lifan Motors deu um susto que até agora tira o ar dos jornalistas, colocou em seu website (em português) o 620EV. Sim, a versão eléctrica do sedan. Não há definição de preços, mas pelo que custa o à gasolina (menos de R$ 40 mil) não deve passar de setenta e cinco mil reais, com a sobretaxa que o governo cobra dos eléctricos puros. Uma pechincha para um eléctrico, ainda mais lembrando que pela mesma autonomia, o Leaf custa quase duzentos mil... Claro que o 620EV não passa de um Santana chinês (que nós não tivemos) adaptado, a diferença do pacote tecnológico é imensa e o Santana há muitos anos já quitou seu investimento.
Seus pontos fracos são desempenho e autonomia. Roda 200km a 100km/h, sua velocidade máxima; embora um site chinês afirme ser de 120km/h. Quem o comprar, é bom se acostumar a ver uma Kombi à ar piscando os faróis para ultrapassar. Não dá para se ter muito mais do que isso, com apenas 27cv de potência nominal (64cv de pico) e 7,8kgfm de torque nominal (15,3 de pico) acoplados a um câmbio cvt, que em quase todos os casos é programado para gerar economia.
A recarga se dá em até oito horas, em qualquer tomada de 220V, se o motorista for empurrando o carro arriado até o ponto de recarga. Se ele chegar com o carro se automovendo, então é mais rápido.
De resto, o carro vem "completão", com ABS/EBD, air bags, faróis e lanternas de led, repetidor no retrovisor, rodas de liga leve aro 15", direção hidráulica, ar condicionado e outros mimos que, até pouco tempo, só conseguíamos em versões sofisticadas; como opcionais.
A empresa avisa que dados técnicos e equipamentos poderão mudar, caso o carro desperte interesse suficiente para ser vendido por aqui.
Um taxista de São Paulo comentou que roda cerca de 300km por dia, o que descartaria o carro de seus planos. Lembramos, porém, que os 200km de autonomia são para a velocidade máxima. Na cidade, em médias e baixas velocidades, raramente acima de 60km/h, ele pode facilmente passar dos 300km sem recarga. Durante as paradas, enquanto se espera um passageiro, nada impede de pegar uma extensão e plugar o carro. Quanto ao desempenho, lembrando da generosidade do motor eléctrico no tocante ao torque, se a velocidade é pífia, a agilidade no trânsito surpreenderá muita gente, mesmo com os 1895kg (495kg de carga útil) de peso bruto. Os desavisados se verão cantando pneus por subestimarem a força do motor.
Ainda pairam os problemas que muitos chineses, inclusive o 620, dão com pouco tempo depois da compra. Pelo menos, muito mais confiável do que o modelo à combustão, asseguro que o 620EV é. E pelo preço...
Para quem ainda não conhece o CVT:
Website da Lifan no Brasil, clique aqui.
Folder frente e verso do 620ev, clique aqui.
O maior problema é que as baterias ainda são daquelas de chumbo ácidas. Tudo bem, a tecnologia para reciclagem desse tipo de bateria já é dominada por empresas instaladas localmente, mas o próprio peso delas já acaba atrapalhando na autonomia. A propósito: se fosse feito com um capô de fibra (ou plástico injetado) integrado aos paralamas e rebatível para a frente como em muitos caminhões, além de aliviar um pouco o peso, dá uma melhorada na penetração aerodinâmica...
ResponderExcluirCom toda certeza a frente inteiriça daria um tapa na aerodinâmica, e reduziria o tempo de montagem.
ResponderExcluirTalvez a fábrica de baterias de íon de litio que estão montanda na Argentina, mude alguma coisa... inclusive com postos de coleta por aqui.
Esse carro deveria ser híbrido, e com o motor elétrico tracionando as rodas traseiras. Chineses, não sejam burros.
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