segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Audi R8 e-Tron vence a trollagem

Fonte: Auto Blog GR

Como aconceteu com o saudoso Chevrolet EV1, houve uma campanha difamatória contra os eléctricos puros que a Audi pretendia lançar. Nenhuma argumentação técnica, se resumiram a "carro de macho tem que fazer barulho e soltar fumaça da cara dos outros", tal qual aconteceu também no início do século XX. Claro que ninguém assinou essa estupidez, simplesmente soltou nos meios de comunicação e ficou assistindo, irresponsável e inconseqüente, como um moleque.

Bem, o sucesso da Tesla  e a adesão do então governador da Califórnia, Arnold Swazzenegger mudou o quadro. A difamação ainda existe, mas já não tem o efeito de então, tanto que a Audi confirmou para 2014 o seu super esportivo plug-in puro.

A carcaça é a já respeitada R8, e a receita da tesla foi seguida à risca: Não compre porque é eléctrico, compre porque é bom. Para um carro destinado a magnatas, autonomia e tecnologia não foram poupadas. São 400km de alcance médio, contra os escassos 215km da primeira versão anunciada. O desempenho não foi anunciado, mas a versão antiga, com as poucas baterias que tinha, contava com dois motores, um em cada eixo, gerando 381cv e 83,6kgfm instantâneos, despejados nas quatro rodas; configuração que permite não só uma arrancada bruta, como também um controle maior sobre o carro, mesmo sem ajuda de controles computadorizados.

A aceleração da primeira versão era muito boa, de 0 a 100km/h em 4,2s. Só a velocidade final ficava a desejar, mas não por falta de força, era por limitação electrônica, talvez por temerem que o motorista ficasse na estrada, sem carga; como se os donos de super esportivos já não assumissem esse risco, quando aceleram forte. Sem destravar o limite, ele não excedia os 200km/h. Já pensou ver um sedã familiar de grande porte, um Model S emparelhando com o seu R8 e-Tron? Por isso a motorização será revista, talvez agora permitam que exceda os 220km/h.

Fonte: Fourtitude

A produção será limitada, com numeração ainda não divulgada, o certo é que os clientes tradicionais já estão cutucando os vendedores que conhecem para entrar na lista. O preço também não foi divulgado, nem é problema para o comprador desse tipo de veículo. O que sabemos é que essa tecnologia vai acabar descendo, e o pobre A1 e-Tron, que foi bode expiatório dessa polêmica toda, talvez acabe sendo produzido para 2015.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Wattman, o monstro estradeiro da Voxan

Fonte: Motorcycle

Grandalhona, pesada, com entreeixos enorme e torque sobrando desde zero rpm. O visual não tem recortes, entradas falsas, nem motor aparente, mas a carcaça prateada que domina a lateral só faz enfatizar o volume da motocicleta. A frente é extremamente simples, um farol projetado de um quadro praticamente nu, com guidão e garfos em preto fosco. O colorido fica por conta do assento azul, que vai da rabeira até a parte superior do que poderia ser o tanque, mas não é.

http://electriccarsreport.com/wp-content/uploads/2013/12/VOXAN-WATTMAN_15.jpg
Fonte: Electric Cars Report


O Salão da Moto de Paris apresentou uma motocicleta eléctrica de dar medo nas convencionais. A Voxan Wattman impressiona de longe e logo à primeira vista. O largo pneu traseiro e o amortecedor único que o controla, na horizontal, aumentam a sensação de que não é um veículo para iniciantes.

Fonte: Autoblogreen

Embora tenha a velocidade máxima limitada a 170km/h, alerto que é empurrada por um motor de 203cv e 20,39kgfm, torque maior do que muitos motores 2,0, e ainda é instantâneo; um espirro de um motociclista inábil e a diversão se transforma em tragédia. de 0 a 160km/h ela gasta apenas 4,9s. Com a aerodinâmica brutal da velocidade empurrando para trás e para cima. Um carro que faça isso de 0 a 100, é considerado um esportivo de respeito. De 0 a 100 ela faz em 3,4s.

O banco de baterias, de íon de lítio,  não é excepcional, são 12,8kWh, suficientes para 180km de autonomia em velocidade normal, que infelizmente quase nunca é divulgada. A 100km/h, com um motociclista habilidoso e não muito grande, provavelmente ela anda 200km sem problemas. Com pouca bateria e uma autonomia dessas, a Wattman pode ser considerada bastante econômica, ainda mais tendo 350kg próprios para arrastar; Uma bizarrice da era dos eléctricos, oferecer veículos velozes e luxuosos, com custos de manutenção inferiores aos de combustão mais baratos.

Fonte: Autoblogreen

Como é de regra, 80% da carga podem ser repostas em meia hora, em uma estação de recarga rápida, o que permite fazer viagens mais longas, de vez em quando. Mas é raro um veículo eléctrico ficar totalmente sem carga, e seria desagradável empurrar 350kg até uma tomada para recarga.

Tão assustador quanto seu porte e sua aceleração, é o preço. Não só por ser eléctrica, mas por ser de pequena produção. São 35.000,00 €, sem os incentivos da União Europeia. O preço inclui o chassi-coque de alumínio, que é praticamente a motocicleta toda, freios de carbono de 230mm e quatro discos na frente, os pneus Michelin Commander II 130/70-18 à frente e 240/40-18 atrás, enfim; quem comprar esta motocicleta, estará financiando a evolução tecnológica de todas as outras, para um futuro próximo.

Mais dados técnicos, para babar à vontade, clique no Moto Station.

Sobre o Salão de Paris, clique aqui.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Electra e Mitsubishi apersentam o E-Bus em São Paulo

Fonte: Revista Autobus

Ok, o nome não é o mais criativo. Se fosse um carro de passeio, talvez se tornasse um mico por causa dele. Mas é um veículo de uso comercial, o nome tem bem menos peso, tanto que a Marcopolo ainda fabrica o Viaggio, que renderia piadinhas maliciosas, se fosse um carro pequeno.

Foi apresentado nesta semana, em que fiquei sem internet, o modelo Caio Millennium articulado, para cento e cinqüenta passageiros, escolhido pela Electra e pela Mitsubishi Heavy Industries, para ser o primeiro ônibus movido a bateria do Brasil.

Com chassi Mercedes-Benz e um confiável motor Weg, para animar os dezoito metros do que talvez seja o único ônibus articulado totalmente eléctrico do mundo. A autonomia média declarada é de 200km, suficientes para varar a cidade de São Paulo de norte a sul três vezes.

Ele estreará na linha Diadema - Bairro do Brooklin, no corredor metropolitano, será recarregado sempre que parar no terminal. Ou seja, em condições normais, ele não para por falta de carga. O paulistano não deve estranhar, já que ainda há uma frota de trólebus circulando pela cidade, a diferença é que o E-Bus poderá sair a qualquer momento do itinerário, se necessário, sem medo de se afastar da fonte de energia.

A boa sacada desse projecto, é o uso de insumos já existentes no mercado, para reduzir os custos e acelerar o desenvolvimento do veículo, como as fabricas chinesas de motocicletas fizeram por aqui, algumas copiando totalmente a Honda CG 150.  No caso do E-Bus, essa pirataria consentida não aconteceu.


O projecto se adianta às intenções da chinesa BYD, que já andou testando seus ônibus K9 em São Paulo. Aliás, a cidade está muito a frente do resto do país, em matéria de tração híbrida e eléctrica. Enquanto que por aqui esses veículos ainda são como lendas. Não me admirarei que os paulistanos conseguirem regularizar os diesel híbridos de passeio, para circular na região metropolitana. Eu os conheço, eles são capazes disso.

Informações originárias da excelente Revista Autobus, do amigo Antônio Ferro.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A BYD quer fabricar no Brasil


É a quarta tentativa, mas desta vez parece que encontraram uma cidade acolhedora para os projectos. A Build Your Dreams está negociando com a prefeitura de Palmas, a instalação de um parque fabril, com planos para produzir o Hatch médio e6.

Representantes da empresa estiveram no Tocantins no último dia 30, com os bons resultados do primeiro encontro, executivos de Shenzhen, cidade sede da BYD, visitarão a cidade ainda neste semestre. O prefeito Carlos Amastha teve o prazer de conhecer o e6, com seu amplo espaço interno e seus bons 300km de autonomia média. Muito apropriado, aliás, para o serviço público e de táxi, este que seria beneficiado pelas isenções tradicionais de que desfrutam os nossos taxistas.


Mas não se tratará apenas do carro, a BYD produz também equipamentos electrônicos de ponta, inclusive estações de energia solar e as baterias que usa em seus carros. Algo incomum, nos dias correntes, em que grandes corporações terceirizam quase tudo, excedo os dividendos, mas é uma garantia de qualidade para o consumidor.

Pode não parecer muito, mas é mais do que eles conseguiram nas três tentativas anteriores juntas. Se tudo der certo, e este prefeito parece não sofrer da miopia que acomete os outros, os tocantinenses logo farão parte dos mais de 150 mil funcionários da BYD Company Limited. Torçamos.


Para quem ainda não conhece, o e6 é um carro do porte aproximado do Ecosport, com robustez comprovada e velocidade máxima de 160km/h, roda 300km em média por recarga, tem espaço para motorista e cinco passageiros mais bagagem. É um dos carros eléctricos mais vendidos do mundo, sucesso absoluto ente os taxistas. Se for mesmo fabricado no Tocantins, o teremos por um preço exeqüível, e por um custo de manutenção desprezível.

Mais detalhes sobre as negociações, ver aqui.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Hibridar os canavieiros

Fonte: Blog do Caminhoneiro

Quem costuma viajar pelo interior do país, já viu aqueles enormes caminhões de Combinação Veículo Carga, popularmente conhecidos como Romeu e Julieta, bi-trem ou rodotrem. Vocês sabem que a capacidade de tração está vinculada ao peso sobre as rodas tracionadas, por isso mesmo esses caminhões precisam ser bem pesados, não só para tirar a carga do lugar, mas também para conseguir frear em um espaço razoável. Por isso são utilizados caminhões pesados, não raro com tração nos dois eixos traseiros.

O ideal seria que todas as rodas tivessem tração, o que permitiria utilizar um cavalo mecânico menor, e talvez até com bem menos potência. O problema é que um sistema de tração total para esse tipo de veículo, seria extremamente caro, além de muito pesado e caro de se manter, não obstante, teria um apetite enorme por conta das perdas de transmissão.

Mas, por que então não usar hubmotors em cada roda dos reboques. "E vocês acham que se isso funcionasse, alguém já não teria pensado?" É este o argumento dos chatos que vivem de matar idéias alheias, quando eles mesmos não têm nenhuma que preste. Pois Ferdnand Porsche pensou nisso ainda no século XIX. Hoje muita gente está usando tração total com motores embutidos nas rodas. O INEE quer colocar isso nos caminhões canavieiros.

A proposta é bem simples e as normas já foram publicadas pela ABNT. Um cavalo mecânico pequeno participaria minimamente do transporte da carga, funcionando mais como veículo direcionador, ou seja, ele só controlaria a força dos hubmotors, ficando encarregado apenas de carregar as baterias e manobrar o transporte.

Essa proposta foi apresentada por Jaime Buarque de Holanda, diretor geral do INEE e colaborador da Associação Brasileira do Veículo Elétrico. A idéia nasceu de um caminhão híbrido criado por Porsche em 1915, que com um gerador de apenas 150cv, conseguia acionar o veículo de 100 toneladas. Um CVC não passa de 72 toneladas. A idéia da utilização de um motor diesel apenas para gerar a energia, não exclui o uso de veículos normais. O peso do caminhão de Porsche parece assustador para a época? Acontece que os chassis eram fundidos, ou seja, feitos com metal derramado no molde. Era comum um carro médio ter quatro toneladas. Foi só nos anos vinte que o chassi estampado, que temos hoje, surgiu.

Ao contrário do que acontece normalmente com carros de passeio, o peso morto cairia drasticamente, com a troca de caminhões pesados de 15 toneladas, por outros pequenos ou médios de 5 toneladas. O volume de baterias é que pode assustar, em uma análise rasa, pois prevê duas ou três toneladas de acumuladores, para operar com a carga extra pesada em velocidades consideráveis por distâncias consideráveis, em estradas de pavimentação desprezível. Ainda assim, o uso extremo e contínuo pagaria rapidamente o investimento, graças ao baixo custo de produção da electricidade, o baixíssimo custo de manutenção dos motores eléctricos, e à capacidade de regeneração por frenagem, que é virtualmente impossível em motores a combustão.

Há ainda uma vantagem adicional, que parece não ter sido abordada, a segurança. Rodas tracionadas são muito mais seguras do que as de rolagem, o motorista tem muito mais controle sobre elas do que sobre estas. Principalmente em condições de baixa aderência, a roda de rolagem se torna um peso morto, que pode ser fatal em situações extremas.

O grande volume de baterias por caminhão, acabaria reduzindo drasticamente o valor unitário. Hoje se compra 1kWh por menos de mil reais, no varejo, acima de 10kWh já se consegue abatimento no preço. 3 toneladas dão mais de 600kWh. As baterias poderiam ser simplesmente trocadas, durante o processo de carga e descarga, quando necessário.

Outra grande vantagem do sistema é que, salvo as baterias de íon de lítio, todos os componentes são fabricados no Brasil. O fabrico seria encargo das competentes fábricas de trólebus que já temos aqui. Com a demanda, implantada, talvez se justifique a fabricação dessas baterias no Brasil. Ou seja, os custos não seriam tão grandes, e o retorno seria razoavelmente ágil, o que deve convencer a indústria sucroalcooleira a aderir. Talvez, quem sabe, com o tempo, cavalos mecânicos comuns também incorporem a novidade.

Para mais detalhes, leia o artigo na ABVE aqui.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Volvo e as cartas na manga

Imagem de Auto Trader

Não faz muito tempo, alguns cidadãos apresentaram carros eléctricos, feitos por eles, com baterias em todos os espaços possíveis. Pode-se dizer que o estofamento desses carros eram as próprias baterias. Em uma época em que as de íon de lítio, hoje populares, eram muito caras, ficou só como brincadeira de rico mesmo.

Neste mês a Volvo mostrou que levou a sério essa idéia. Apresentou justamente uma forração interna, flexível como convém, recheada de acumuladores. Portas, teto, isolamento acústico, enfim, tudo o que é forrado se transformou em fonte de energia para o carro.

A autonomia média conseguida é de 130km. Por não utilizar a carcaça rígida das baterias comuns, a forração acaba sendo bem mais leve do que elas. Normalmente são 4,5kg por kWh, o provável é que esses painéis tenham menos de 4kg/kWh. Não substituem por completo as baterias, ma acrescentam uma autonomia preciosa. Imaginem um Model S com essa forração. Com mantas espessas, bem distribuídas pelo carro, o ganho de autonomia seria proporcional ao de conforto.

Agora a sueca anunciou uma parceria com a canadense Bombardier, para o desenvolvimento de recarregadores sem fio, que usam o mesmo princípio de indução dos celulares, fornos de microondas e do próprio motor eléctrico. Como já informei aqui, Coreia e Estados Unidos estão trabalhando duro para criar vias públicas com esse sistema, que eliminariam o cada vez menores problema de autonomia dos plug-in puros.

Só lembrando, não dá para fazer isso com um veículo a combustão, não dá para jogar gasolina de furos no chão para um funil com vácuo no assoalho do carro. Além de o motorista precisar de uma sincronia perfeita, seria muito mais perigoso do que os primeiros Trabant, que tinham o tanque de combustível em cima do motor.

A pergunta que me fiz, ao ver a notícia da parceria, foi: O que mais a Volvo tem escondido? Bem, eu imagino o que pode ser. A BMW está testando um sistema de regeneração térmica, que transforma até um terço da energia dissipara pelo motor, em potência útil. Considerando que um motor de 100cv, por exemplo, tem cerca de 140cv de potência bruta, (aquela que ele entrega de verdade, sem descontar as perdas com agregados) podemos imaginar até 300cv que a combustão produz, mas vai literalmente para o espaço. Ou seja, um motor de 100cv poderia alimentar outro com a mesma potência.

Alguém duvida que a Volvo tenha algo similar em seus planos? Depois de lançar a XC60 diesel híbrida, capaz de rodar até 53km/l, a Audi anunciou que planeja um crossover que bate os 100km/l. Ambos, pela legislação vigente, proibidos de serem vendidos no Brasil. Um motor de ciclo diesel produz muito mais calor do que o ciclo otto, o que usa velas, como o que teu carro provavelmente tem. Se for refrigerado a ar, o calor é ainda maior.

Os suecos mantém sua tradicional discrição, mas a engenharia nórdica é irmã da germânica, e o sistema anunciado pelos bávaros é muito atraente. Não só para carros de passeio, mas também para caminhões, trens, navios e até aviões. Imaginem regenerar um terço do calor da exaustão das turbinas de um jato de carreira. A Volvo actua em muitas áreas, não só na automotiva, uma manta que regenera um percentual tão grande da energia dissipada, daria uma tremenda redução nos custos operacionais, além de aumentar a vida útil do motor a combustão.

É só uma especulação de minha parte, mas asseguro que ela tem um grande viés de exequibilidade. Pode ser esta uma das cartas que a Volvo ainda tem na manga.

domingo, 13 de outubro de 2013

Cadillac versus Tesla



A Cadillac decretou a aposentadoria da perigosa e desajeitada manivela manual, em 1912, até então a única forma de dar partida em um automóvel. Muito marmanjo quebrou o braço e até perdeu a vida, quando a compressão do motor mandava a manivela de volta com toda a força, como uma mola pneumática.

De meados dos anos setenta até início deste século, a marca entrou em decadência, se transformando praticamente em um fabricante de Chevrolets de luxo, embora ainda continuasse inovando. Por exemplo, é possível comprar um Cadillac 2000 com câmera de visão noturna de fábrica, por cerca de R$ 70.000,00.

Agora, já com sua identidade e prestígio recuperados, a Cadillac prometeu lançar, já em Janeiro de 2014, um modelo eléctrico para competir com o Tesla Model S. Lembrando que há anos ela vem testando o coupé híbrido, ou plug-in com autonomia extendida, como alardeia a GM, baseado no bem sucedido Chevrolet Volt.

O certo é que será um carro caro, para os padrões americanos, custará US$ 76.000,00 sem o bônus de incentivo, que pode chegar a US$ 7.500,00. Preço pouco superior ao do concorrente e prestigiado Model S. Apesar de ser um coupé, as chances de ele tomar compradores do Tesla são muito grandes.

As chances de vir a ser importado para o Brasil existem, já que a Tesla anunciou a instalação de um escritório, provavelmente em São Paulo, para muito breve. Aqui a Cadillac levaria uma grande vantagem, porque, na pior das hipóteses, contaria com o amparo de toda a rede de concessionários da Chevrolet no Brasil. Seria muito mais fácil encontrar o Cadillac ELR do que o Model S.

Facilidade não significa preço em conta, lamento. Provavelmente viria custando mais de R$ 300.000,00, até para não competir com os "módicos" R$ 210.000,00 do Camaro...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Renault Twizy - A notícia é melhor do que parece


Foi um misto de alegria e frustração, o anúncio de que a Renault passará a fabricar seus eléctricos no Brasil, em consórcio com a Itaipu. Em particular entre os desafetos da Fiat, que viram seu monopólio ser quebrado por quem tem cacife para enfrentá-la.

A alegria de se ter carros a bateria sendo fabricados em território nacional, com o suporte de um grande grupo automotivo, já tinha sido confirmada pela Nissan, que fabricará o Leaf no Rio de Janeiro, no ano que vem. A segunda metade do grupo agora entra no peito e na raça, para fabricar os seus modelos também.

Não esquecendo do preço salgado, que é o que menos importa ao potencial comprador, muita gente recebeu um balde de água fria, quando descobriu que as vendas serão dirigidas às frotas de empresas e serviço público; pelo menos em princípio.

Acontece que o governo brasileiro continua vendo carros eléctricos como artigo de luxo, classificando-os no mesmo grupo dos carrinhos de golfe. A estupidez está no facto de que carrinhos de golfe têm inúmeras configurações, podendo servir até como maca motorizada em situações extremas, como transporte de obesos mórbidos em ,longas distâncias internas.

A produção desses carrinhos é tão pequena, que se fossem isentos de IPI, o governo não perderia praticamente nada de arrecadação. O que falta então é vontade, e gente com capacidade técnica no comando de órgãos técnicos. Bastaria uma canetada e o país teria bons benefícios a custo tributário insignificante.

Aumenta a estupidez, o facto de o governo desprestigiar os quadriciclos, quase sempre vendo-o como implemento agrícola, mesmo sendo incomparavelmente mais seguros do que as motocicletas. Mais uma deficiência técnica onde ela é essencial. Infelizmente, para nós, o Twizy foi homologado como quadriciclo, na Europa, onde isso reduz a carga tributária. Basta ver que as versões mais básicas nem têm portas, embora tenham cintos de segurança para os dois ocupantes.

Bem, a versão de entrada, que não passa de 45km/h e roda até 60km, ficará fora de nossas fronteiras. Lá ela dispensa a necessidade de habilitação, como um ciclomotor. Teremos a versão que atinge 85km/h e roda 100km àquela velocidade. Em princípio, só para frotistas.

Agora vem a boa notícia. No mercado de usados, ele e os outros Renault ZE estão liberados. Quando a Renault disse "frotistas", não discriminou locadoras, empresas de táxi e de entregas urbanas. Mesmo a empresa onde tu trabalhas pode estar na lista de potenciais clientes. Na hora de repassar, o funcionalismo costuma ter preferência. Se for uma locadora, então, melhor ainda. No máximo a cada dois anos, as grandes costumam colocar seus carros à venda, para renovar o estoque, sempre em excelentes condições de uso; até para preservar a reputação.

Nada impede que se faça um contracto de locação de longo prazo, com possibilidade de renovação ou compra, quando de sua expiração. Na prática, significaria o consumidor ter seu Renault ZE zero quilômetro como na prática lhe interessa, com a vantagem de contar com seguro total e equipe de manutenção pronta para atendê-lo, quase sempre com carro reserva à disposição. Isso pode ser feito com qualquer locadora, em qualquer parte do país, com os eléctricos não seria diferente.

Que foi? Sonhando com um Tesla Model S nas mesmas condições? É um sonho muito mais difícil, ele custa o mesmo que um Mercedes-Benz classe E, mas mesmo assim é um sonho possível. Quem sabe... O certo é que um Twizy para substituir aquela motocicleta, está mais próximo de tua garagem do que imaginas.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Yaris super capacitado - A parte que não te contaram.

O protótipo. Mais imagens, clicar aqui.

A Toyota decidiu meter a cara e apostar nos super capacitores, feitos basicamente de grafeno. Para tanto escolheu o prosaico Yaris como cobaia, em competições de rally. Não tem segredos. Um motor a combustão com um eléctrico entre si e a transmissão, mais dois em cada roda traseira, somando mais de 400cv, com grande parte do torque disponível a 0rpm.

Nada mais. A montadora não divulgou maiores detalhes técnicos, até para preservar seu segredo industrial. Além do mais, isso é tudo o que interessa ao público, certo? ERRADO! Há muita coisa que os portais automotivos não dizem, mas que são de suma importância para a mobilidade eléctrica e que faria os fãs dos carrinhos a pilha pularem de alegria, e demoveria fácil a maioria dos inimigos. Por que não dizem? Talvez por acharem que o consumidor não se interessaria em conhecer melhor, algo que VAI FAZER PARTE DE SUA VIDA, cedo ou tarde.

Acontece que a Toyota está colocando em prática, um projecto ambicioso para ser comercializado nos próximos anos, que causará a extinção progressiva das baterias tracionarias, já acostumadas à rotina de obsolescência. A tendência delas é se tornarem cada vez mais parecidas com os capacitores, que podem ser carregados e descarregados quase instantaneamente, algo de fazer inveja até ao reabastecimento da Fórmula 1.

O Yaris civil, em raio-X parcial.

O problema deles, é que têm densidade energética muito baixa e custo por kWh muito alto... Ainda. A proposta dos japoneses é justo pegar o melhor capacitor existente disponível, para aperfeiçoar e fomentar sua produção em larga escala. O melhor disso, é que todas as montadoras e todos os clientes pessoa física, serão beneficiados, porque a receita para os capacitores de grafeno já é conhecida dos técnicos, o problema está justo no preço.

Aqui nós temos um progresso gigantesco entre os capacitores comuns e os super e ultra capacitores. Estes já conseguem ser exequíveis, apesar de ainda muito caros. Chegam a custar até quarenta vezes o preço das baterias de íon de lítio, que se tornaram o padrão dos carros eléctricos. Os milionários já podem bancar isso, pagando os US$ 20,00 por Wh, normalmente cobrados no varejo. No atacado, pode-se conseguir o kWh por uns US$ 12.000,00.


Uma vantagem clara dos capacitores é a ambiental. Quando têm alguma substância tóxica, é sempre mais tênue do que os ácidos, bases e metais pesados das baterias, que já têm a vantagem de a poluição potencial estar permanentemente presa, sendo raro um relato de vazamento. Imaginem então, uma bateria de capacitores, que dispensaria até mesmo grandes cuidados de manufatura! O descarte seria em lojas especializadas, como deveria ser até com o óleo lubrificante e a água do radiador de um carro comum.

Outra vantagem é, também pela ausência de grandes riscos de intoxicação, ser desnecessário um invólucro robusto para eles, o que lhes permite receber formas personalizadas e serem distribuídos à vontade pelo veículo. Sua exposição aos ocupantes, desde que com os condutores isolados, não constitui risco algum. basta ver os enormes capacitores de som automotivo, que se tornam peças da decoração, muitas vezes bizarra, do interior dos carros customizados.

Outra vantagem, que faz companhia aos dez segundos, no máximo, para a recarga completa, é a durabilidade. Conseguem-se fácil quinze anos de vida útil. Em condições extraordinárias, e conheço proprietários talentosos para isso, passariam de vinte anos na maior moleza.

O que esperar disso tuso? Que em dez anos, no máximo, as baterias de polímero de lítio estarão custando pouco mais do que as convencionais de chumbo, para não desaparecerem rapidamente. Uma bancada de 1kWh, que hoje custa até R$ 1.000,00, não poderá passar de R$ 200,00, se quiser sair da prateleira. E as de chumbo estarão com os dias contados, nos carros novos.

Informações detalhadas sobre os supercapacitores, clicar em Battery University.
Veja também o artigo "Saying goodbye to batteries, do Professor Joel E. Schindall, do MIT.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Detroit Electric renasce


O início do século XX viu na Detroit Electric o maior expoente da mobilidade eléctrica, nos Estados Unidos. Como todas as outras marcas, foi vítima TAMBÉM do desenvolvimento acelerado dos motores a gasolina, que rapidamente os ultrapassaram em muito, tanto em desempenho quanto em autonomia.

Praticamente um século depois, com as lições aprendidas com a Tesla, a marca voltará a funcionar. Aguardando apenas conseguir uma manufatura para iniciar a produção, a Detroit pretende reiniciar suas actividades na cidade que lhe deu nome, a combalida Detroit.

Mas o modelo que ressuscitará a marca, nada tem a ver com os coupés comportados e sonolentos de outrora, será um esportivo puro-sangue que, a exemplo do já clássico Tesla Roadster, é inspirado no versátil Lotus Elise. Ou seja, a mesma raiz da Tesla e a mesma confiabilidade que caracterizou os Detroit da bélle époque.



A receita é simples. Um roadster, aqui chamado de SP:01, com pouca massa e muita potência. Serão 200hp para mover magros 1090kg, que renderão a bagatela de 249km/h, com aceleração de 0 a 1ookm/h em 3,7s. Haverá três modos de condução, que garantirão de 222 a 300km de autonomia. Nada mal, para uma marca cujo último modelo mal chegava a 80km...

O pacote de baterias não surpreende, mas dá para o uso. São de polímero de lítio com 37kWh, que podem ser repostos em 4h15min, em um recarregador próprio, ou em até 10h em uma tomada de 110v... Gente, sério, por que raios o mundo ainda usa 110v? Se 37kWh dão para 300km? Um carro desses, em modo econômico, a 100km/h, mal consumiria 12kWh. Em princípio, em nossa realidade, ele encostaria nos 400km, já que o consumo varia de 0,11kWh a 0,15kWh/km. Não dá nem cinco centavos por quilômetro!



O pacote compacto permitirá uma condução muito ágil e divertida, contando com 3,88m de comprimento, por 1,751m de largura, baixos 1,117m de altura e 2,3m de entre eixos. em princípio, pode significar bom espaço para as pernas, pelo menos para elas, já que a cabeça...



A personalização será um dos atrativos. São sete cores fortes para a carroceria (azul, preto, laranja, prata, verde, vermelho e branco) mais três de interior (azul, dourado e vermelho) e dois de rodas, estas em dois tamanhos opcionais. Sim, leram direito: dois tamanhos de rodas em três cores diferentes: preto, prata e dourado.

A intenção é vender 999 unidades no primeiro ano, e 2500 anuais de então em diante. Se fará sucesso, eu não sei, mas acredito que sim. Os americanos, gostem alguns ou não, estão emergindo novamente, na surdina, bem ao estilo dos plug-in puros, e já voltaram a ser o motor econômico mundial. O simbolismo todo envolvido no nome da empresa, e a urgência em reerguer a cidade, deverá tocar seus brios. Além do mais, como vocês podem ver, eles seguem a receita mais preciosa da tesla: Não compre só porque é eléctrico, compre porque é bom. As características do SP:01 não deixam dúvidas, é um esportivo de respeito. Até porque o preço de US$ 135.000,00 é o de um puro-sangue de respeito.


 
Website da nova Detroit Electric, já aceitando encomendas, ver clicando aqui.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Quem Saab, se dá bem com baterias


Fonte: UOL Carros

São apenas rumores, embora com forte viés de concretização. O consórcio de cento e oitenta (haja fãs, heim!) que comprou os direitos da Saab, relançarão o já clássico e icônico 9-3 em Setembro, do jeirto que tinha saído de linha com seus confiáveis motores turbo, da fábrica de Trölhatan.

A quem chegou agora, a Saab foi por décadas, a única rival da Volvo, em termos de inovação e segurança. Sempre vencendo em inovação e pagando o preço de se tornar marca de nicho por isso. Por exemplo, torrou fábulas em um motor com taxa de compressão variável, que funcionava movendo o cabeçote, mas nunca conseguiu viabuilizar para o mercado. Teria sido a salvação das gambiarras que chamamos de "flex", que só fazem alterar o ponto de ignição.

Nenhum detalhe técnico foi divulgado, embora saibamos que as leis de emissões e segurança tenham se tornado mais severas, o que justificará algumas alterações cosméticas. Por hora, o prometido 9-5 fica só na promessa mesmo, serão vendidos o sedã e o conversível da linha 9-3.

Por questões de custos, a Wagon e a alerdeada versão eléctrica ficam para mais tarde, se tudo der certo, mas lembremos que a Wagon 9-3 eléctrica chegou a ser testada em 2011, com resultados convincentes: 150km/h, de 0 a 100 em 8,5s e razoáveis 200km de autonomia.

Com insumos melhores e mais baratos, hoje em dia, pode-se esperar algo bem melhor, como 180km/h, de 0 a 100 em 7s e 320 mk de autonomia, sem sacrificar o quinto passageiro. Sim, leitores, o protótipo tinha baterias bem no centro do carro, em linha e com a parte traseira bem saliente, deixando a wagon com apenas quatro lugares. Eu disse que a Saab é inovadora!

Se tudo der certo, com o lançamento em Setembro, a bersão plug-in será oferecida como opcional, e talvez a wagon também volte, com cinco lugares. Então sim, a Tesla terá quem lhe faça páreo. Por agora, só aguardemos os dias que nos separam do relançamento. Já tiraram a Saab da UTI, sem a esculhambação que queriam fazer com a Packard, já é algo a se comemorar.

Website da Saab, clicar aqui.
Website da malsucedida New Packard, para os de estômago forte, clicar aqui.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Vision, uma estrela de condomínio


Por muito tempo, o carro eléctrico ficou fadado os circuitos fechados de baixíssima velocidade. Quando um protótipo, que quase sempre pecava em quase tudo, se aventurava nas ruas, logo um sabichão gritava "EI, CARRO DE GOLFE JÁ PODE ANDAR NA RUA?". Tristes anos, aqueles, em que uma bateria tracionária decente, pesava mais do que um ciclomotor.

As coisas mudaram lentamente, mais depois que o "direitista conservador" Arnold Schwarzenegger assumiu o comando da Califórnia, encontrou as contas aos pandarecos e quase chorou. Quase, porque ele fez por merecer a alcunha de The Governator, contrariou os próprios ditos conservadores, mas também aos que pensam que são progressistas, e transformou a capital da "cultura de poluição" no berço da electrificação automotiva. carona que a Tesla pegou,dando dignidade a uma motorização que era ridicularizada, com a frase "Só comprou porque é eléctrico". Carro a bateria passou a precisar de argumentos para poder vender, porque a concorrência passou a existir.

Mas, e se alguém decidisse imitar os cetáceos e fizesse o caminho inverso? Se um grande fabricante, com tradição e reputação, decidisse lançar uma linha de carrinhos de golfe? O que para muitos seria um recursos até humilhante, para evitar a falência, para quem conhece a sua clientela cativa e potencial, é uma oportunidade.


Tradição e reputação são sinônimos de Mercedes-Benz, e ela está acenando que pode fazer esse caminho inverso. Não, decerto que não seria um carrinho de golfe ordinário, com baterias chumbo-ácidas de placas planas e motor de empilhadeira adaptado ao eixo traseiro... Nem com design de caixote de feira livre. Sim, como aqueles que as emissoras de televisão usam, mas não só elas.

Está na página da Mercedes-benz, no facebook, ver aqui, o esboço do Vision. Trata-se de um carrinho biposto, com assentos paralelos e portas totalmente transparentes, exceto pela fina barra lateral, que podem ser destacadas. Os mais atentos se lembrarão do Renault Twizzy, que obviamente é mais estreito e muito menos confortável, por conta da estrela que não precisa carregar na grade. A missão dele é a de ser o carro eléctrico sério de série mais acessível do mundo, e a cumpre com honradez. O futuro teutão primará pela qualidade do acabamento e pela sofisticação tecnológica, inclusive na suspensão multilink, que quem já teve o antigo Vectra, sabe que diferença faz.


Mas há outras diferenças, além de a carroceria ocupar toda a largura do carro, quando o Renault mal chega à metade da sua. Há uma caçamba minúscula, bipartida, na traseira, para carregar os tacos, e um compartimento para guarda-chuvas atrás dos bancos. O teto é revestido por um painel photovoltaico curvo, que dá um aspecto de "menino penteado" ao carrinho. Os retrovisores integram os faróis de leds e as setas, as rodas são mais largas e com desenho caprichado, à altura da marca.

Em vez de um motor traseiro, muitas vezes servido de reduções por engrenagens, ele será impulsionado por quatro hub motors. Por dentro, toda a conectividade padrão da marca está presente, além de um requinte exótico, que talvez assustasse quem compra um carro de turismo, ele não tem volante. Como dirigir, então? É teleguiado? Não, esta hipótese a Mercedes ainda não aventou, não em público.

Volante e pedais serão substituídos por um joystic no console central, permitindo que ambos os ocupantes o dirijam, alternadamente. Um projetor mostrará no para-brisas um mapa do campo de golfe, ou o que for programado para tal; Em algumas cidades do mundo, especialmente Estados Unidos, esses carrinhos podem ser utilizados para pequenos percursos. A Mercedes-Benz já apresentou um conceito de coupé com este recurso, nos anos noventa, mas vocês podem imaginar o medo que o público teve, apesar da fascinação pela facilidade que ele proporcionaria... E da possibilidade de ele ser dirigido de qualquer lado.


Por enquanto é só uma idéia que está arrastando fãs apaixonados, que o vêem como um carrasco do francês... O buraco, digo, o patamar é mais em baixo, bem mais em baixo. O Vision, se for produzido, dificilmente será homologado para andar nas ruas e, se for... Tá, se for, então sim, os mais abastados que gostaram do Twizzy, provavelmente só eles, poderão ter um ovinho eléctrico prêmium para uso urbano, porque não será barato, principalmente porque a tecnologia embarcada e de engenharia, serão similares aos dos carros de rua. Os materiais, por exemplo, passarão longe da fibra de vidro e do plástico rígido, que revestem os chassis que os carrinhos de golfe comuns.


Embora eu tenha dito "se", a probabilidade de ele ser produzido é muito consistente, e as chances de algumas cidades o verem rodando em ruas secundárias, não só em circuitos fechados, é grande. Para rondas escolares, o baixo desempenho e a pouca autonomia de um carro de golfe não é problema, pelo contrário, até desestimulam o uso indevido... Se bem que se a AMG e a Brabus encasquetam de mexer nele... Aí a garotada vai gostar, ah se vai!

Em lugares como o Texas, apesar de ser um Estado petrolífero, onde rodovias com recarga por ressonância já estão em estudos, existe a chance de patrulhas ambientais e fiscalização de trânsito se utilizarem dele. É só uma hipótese, mas é perfeitamente plausível.

Dados de autonomia e potência, que não são preocupantes em um carro de golfe, ainda mais com estação de recarga de gente grande,  ficam para depois. Mas quem já ouviu falar do SL300 Electric Drive e sua capacidade para humilhar esportivos a combustão, sabe o que pode esperar.

Mais notícias, alvoroçadas, diga-se de passagem, ver aqui, aqui, aqui e aqui.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Diga 333!

Fonte: Car Advice

O povo costuma associar a Michelin a caminhões pesados. Não é de todo errado, já que por algum tempo, pneu de turismo nacional era quase que só Firestone e Goodyear. Mas ela tem um histórico de corridas muito sólido lá fora, que começa a infiltrar em nosso território também.

Por meio da equipe Drayson Racing Technologies, a Michelin acaba de estabelecer um recorde de velocidade, que é respeitável até mesmo para bólidos a combustão interna: 333,23 mph, ou cerca de 536km/h.

O carro utilizado foi o protótipo B12 69/EV da Audi, vencedor das 24 Horas de Le Mans, que fez apenas duas tentativas para estabelecer a marca. O pneu utilizado, lamento, não está na loja da esquina e certamente vale mais do que teu carro, cada um. Trata-se do LM P1, específico para carros de alto desempenho, com muito mais ênfase para a aderência do que para a durabilidade.


Sobre o carro, ele tem parcos 1095kg, sem o piloto, e desenvolve 634kWh, ou 862cv, mas utiliza apenas 30kWh de baterias. Como faz? Simples, em vez de recarregar, a equipe troca as baterias a cada parada, como faria com o combustível. A aceleração, de 0 a 162km/h, é feita em não mais do que  cinco segundos.

O que a Michelin quer com isso? Primeiro, esfregar na cara da Bridgestone que ainda consegue dar as cartas nas competições, segundo que ainda consegue ser campeã em uma categoria importante, terceiro que o cliente pode contar com ela para equipar seu eléctrico puro. Malandragem? Não, só negócios.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A ANFAVEA entrou na briga!

Meio tarde para o E400... Sorte para os novos.

Caríssimos, eu não quero alimentar falsas esperanças. Há propostas em prol dos híbridos e eléctricos puros no congresso, mas assim como a PEC 280, estão em banho-maria há anos. O que muda agora é que há uma entidade poderosa, que sempre foi vaiada por sua influência nos bastidores dos três poderes, mas agora está fazendo algo digno de aplausos.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores apresentou uma proposta de incentivo aos híbridos e plug-in puros, ao governo. Não se trata de uma apologia ideológica ou devaneio de entusiasta, trata-se de uma proposta de quem realmente entende do assunto; gente que projecta, constrói, fabrica, vende e faz manutenção em automóveis, entre outros.

Aproveitando, ainda deixou claro a diferença entre eles, ago que o leitor leigo não é obrogado a saber, mas deveria ser arroz-com-feijão no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Eis as diferenças que a entidade listou, entre os veículos cujos compradores serão beneficiados:


  • Mid Híbrido: motor a combustão com um eléctrico, hidráulico ou ar comprimido auxiliar de tração, o mais barato e provavelmente o que será mais popular;
  • Full Híbrido: motor a combustão interna combinado com outro sistema de tração, quase sempre eléctrico, que trabalham em conjunto ou separadamente,
  • Elétrico com Autonomia Estendida: motor a combustão só entra funciona para socorrer as baterias, ou para acelerações fortes... Para mim, é um tipo de híbrido, francamente;
  • Full Elétrico: Usa só o motor eléctrico, o plug-in puro;
  • Célula de Combustível: motor eléctrico com conversão da energia química do hidrogênio em energia elétrica. Este foi surpresa para mim, mas lembremos que muitas montadoras trabalham em estágio avançado neste sistema.

A proposta será em duas etapas, por conta justo do atraso enorme em que nos encontramos. primeiro um incentivo à importação da tecnologia, o que talvez inclua carros prontos e semi-prontos, esta parte dá margens para interpretação. A partir de 2017 os incentivos passariam aos carros nativos, embora o Leaf nacional já esteja previsto para 2015... talvez antes. Pode parecer distante, mas é uma previsão realista. embora as baterias estejam barateando muito mais rápido do que o esperado, não se pode contar com o que ainda não se tem.

A proposta ainda está em negociação, por isso a prudência nos poupou de detalhes muito optimistas, mas se alguém aí sonhava com um BYD e6, um Tesla Model X ou uma Volvo XC60 Diesel Hybrid, já pode ir poupando os caraminguás, porque neste mato tem coelho, e coelho com conhecimento de causa.

Com a tecnologia e os insumos desonerados, certamente os kits importados, e os feitos aqui artesanalmente, ficarão muito mais em conta, será menos caro converter um importado antigo com motor fundido para tração eléctrica, ou mesmo hibridar um caminhão ou ônibus. Esperemos, porque desta vez tem gente grande interessada.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Um Leaf para chamar de seu

Todos os direitos reservados a Daniel Girald

Finalmente algo de concreto. Carlos Ghosn conseguiu, sabe-se lá a que custas, vencer uma batalha que se arrastava há anos. O Brasil terá um carro eléctrico feito em série.

O protocolo multilateral foi assinado com o governo do Rio de Janeiro, que finalmente fez algo que presta, pela Nissan-Renault. Lembrando que o provável brasiliável, o simpático cabeça-de-bagre Nissan Leaf, já é um pouco conhecido no sul e sudeste, graças principalmente às experiências com táxis em São Paulo, e recentemente o uso do hatch como viatura policial no Rio de Janeiro.

A parceria público-privada investirá R$ 400.000,00 para iniciar a produção, o que incluirá infra estrutura, da qual todos usufruirão directa ou indirectamente, e da fábrica propriamente dita. Uma pechincha, para o tipo do empreendimento.

O Leaf custou quatro bilhões de Euros, ao longo de vinte anos de pesquisas, para poder estrear, em Dezembro de 2010. O primeiro plug-in puro fabricado em larga escala, na história. Mais do que isso, com o suporte da maior montadora francesa, unida ao capricho técnico de um ícone da indústria japonesa, sob a batuta de um brasileiro que atenua muito nossa má imagem lá fora. Ao todo, contando com Fluence, Kangoo e Twizy, já são mais de cem mil eléctricos puros da aliança Nissan-Renault.

Aqui uma reflexão, que pode parecer, mas não é fora de contexto. Serão quatrocentos bilhões de reais para colocar o primeiro Leaf brasileiro na concessionária. Será uma estrutura duradoura, que mesmo destinada a servir a uma montadora, beneficiará todos os motoristas e passageiros que passarem por perto, já que o asfalto será novo, fora que vai atrair o comércio de bens e serviços para a região escolhida. Ou seja, não se trata de um elefante branco, com utilidade restrita, que custou mais de um bilhão aos cofres públicos. O país inteiro vai se beneficiar, afinal o Leaf vai baratear com isso.

Aliás, me permitam alfinetar um pouco. Agradeça à BMW. O sucesso do hatch i3, que já tem mais de cem mil interessados, já com test drive marcado, como podem ver clicando aqui. A Nissan precisou correr muito, e baratear significativamente o Leaf, que acabaria tendo um preço perigosamente próximo de um concorrente que investe muito mais status ao seu condutor, e tem um design muito mais fácil de se aceitar. Sendo fabricado no Brasil, ele pagará uma alíquota incomparavelmente menor, além de não ter que atravessar um oceano, o que deverá manter seu preço a uma distância prudente do alemão. Hoje o franco-nipônico custa cerca de cento e vinte mil reais, esperamos que perca pelo menos um terço desse preço, que praticamente compra um Fusion Hybrid.

As vendas começarão por importação oficial em 2014, que por si só já reduz bastante o preço, por causa do volume.  E para quem chegou agora, ou se esqueceu, eis os dados do Leaf que ineressam ao consumidor, além do preço, é claro: banco de baterias com 24kwh instalados, motor de 107cv de potência nominal e 28,5kgfm instantâneos de torque.160km de autonomia média, e recarga que varia de quatro a seis horas, dependendo da voltagem e da tomada. Lembrando que ele pode receber recargas a qualquer momento, enquanto estiver estacionado, sem medo de a bateria "memorizar" a carga e estragar. também que a autonomia deve receber um incremento ainda neste ano, para concorrer com o BMW.

Se alguém aí está pensando que isso vai baratear e facilitar a conversão e produção em pequena escala, acertou, Talvez não de imediato, leva tempo para as lojas receberem componentes, mas vai.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Voando com querosene, andando com baterias

Fone da imagem: Cavok Brasil

Sabem aqueles tratores rebocadores dos aeroportos? Não digo que estão em risco de extinção, pois há outros usos para eles, mas estão para perder sua função mais nobre, rebocar aviões em taxiamento.

A empresa Honeywell ea Safran desenvolveu para a Airbus, mostrado no Paris Air how 2013, e já tem gente copiando, um sistema de propulsão em solo para os aviões, inspirado nos carros eléctricos o "EGTS", ou Sistema Eléctrico de Táxi Verde, em português. Um motor eléctrico de alto torque no trem de pouso, instalado directo no eixo, permite que a aeronave manobre sozinha. Não só isso, permite que faça todo o percurso pista de pouco - saguão de embarque e desembarque - pista de decolagem, mantendo as turbinas na potência mínima, quando não desligadas.

Era algo tão simples, que estão todos se perguntando por que não foi feito antes. Tentativas já ocorreram, mas este é o primeiro sistema que despertou interesse das companhias aéreas, por tabela também de imitadores, justo pela simplicidade.

A estimativa é que um avião de grande porte economize até, sentem-se para não caírem de costas, US$ 200.000,00 anuais só em combustível. Isso fora o menor desgaste das turbinas, o menor risco de acidentes, o maior conforto pela redução drástica de ruídos, o maior controle da velocidade de taxiamento, enfim... Pode-se dizer que antes de se aposentar, com o uso competente, o avião terá economizado o seu valor quando zero quilômetro.

Fora os créditos carbono que os aeroportos ganharão, já que a previsão é de reduzir as emissões em terra, especialmente de CO2 e azoto, respectivamente em 75% e 50%. Para um motor que consome em um segundo mais do que o seu carro tem no tanque, é muita coisa!

Embora ainda em testes, cinqüenta companhias aéreas já querem o sistema, o que vai acelerar muito seu uso em larga escala. Por hora só no Airbus A380s.

O equipamento será utilizado apenas no momento mais seguro do meio de transporte mais seguro do mundo: em terra e em baixa velocidade. Os riscos são virtualmente nulos. e ainda existe a possibilidade de regeneração, durante a desaceleração, após o pouso. Imaginem parar um veículo que passa fácil de cem toneladas, e está a mais de trezentos quilômetros por hora! Haja energia de frenagem, que hoje é dissipada, mas em breve será armazenada nas baterias do avião e, não demora muito, auxiliará na decolagem.

Em m futuro próximo, quem sabe, turbinas híbridas serão aceleradas e desaceleradas por magnetos, poupando muito combustível e regenerando um pouco da energia, enquanto perde giros.

Website do Paris Air Show, clicar aqui.
Para saber mais sobre o A380, clicar aqui.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Fusca e a formação acdêmica

Fonte da imagem: Coisas de Agora

Não é de hoje que o fusca é um dos carros preferidos para adaptações e projectos dos mais diversos tipos. basta ver a vasta diversidade de foras de série que o tiveram e ainda o têm como base. Barato, quase indestructível, difícil de quebrar e fácil de consertar. Alexandre Noya Rios, estudante, cedeu o seu para a empreitada.

Antes de mais nada, compreendam que se trata de um trabalho de faculdade, não tem a menor intenção de ser produzido em massa. Foi obra de estudantes de engenharia eléctrica, não de engenheiros veteranos com contactos na indústria automotiva. E sendo um humilde Fusquinha 1300 do início dos anos oitenta, podem imaginar que não há milionários na equipe.

Segundo, em conseqüência disso, que eles sofrem severas restrições orçamentárias, ou teriam importado um kit completo e convertido um velho Opala em um E-dragster, com produção midiática e tudo mais. Ainda assim obtiveram um resultado bom, e o Fusquinha continua apto ao uso cotidiano moderado.

Sob a batuta de Ademir Pelizari, da Universidade Cruzeiro do Sul, eles fizeram a conversão com materiais fáceis de se encontrar, como duas baterias de caminhão; sim, as pesadas, volumosas e convencionais chumbo-ácidas de 150Ah. O carrinho leva eternos trinta segundos para estabilizar 40km/h, mas roda uma hora e meia com uma carga, que leva três horas para ser completada; limitação quase insolúvel das baterias chumbo-ácidas convencionais. É para ir ao trabalho e deixar recarregando, depois para a faculdade, onde receberia mais uma carga e depois voltar para casa.

Como podem ver na imagem, é tudo extremamente simples, provavelmente coisa que um mecânico consiga fazer em um carrinho velho e encostado, para os filhos poderem ir à faculdade sem depender de ônibus e, com tão pouco desempenho, sem despertar a cobiça de quem não se deve.

Alguns se perguntarão por que eu publico algo com resultados tão tímidos. Bem, é para incentivar. Não que este artigo vá parar no New York Times, mas as pessoas interessadas nos assuntos de educação acadêmica e mobilidade, vão pensar mais vezes antes de desistir de seus sonhos. E como eu disse, eles conseguiram um resultado factível com bem poucos recursos, algo que um engenheiro de verdade deve aprender desde o começo.

O projecto modesto deve ter arrancado algumas lágrimas, quando o carro andou por conta própria pela primeira vez.

O trabalho será exposto na Semana de Engenharia Elétrica, de 14 a 22 de Junho, no Campus São Miguel.

Site da Universidade, clicar aqui.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

As Baterias e a rotina da obsolescência.

Imagem da montadora

Já estaria chato, se não fosse notícia tão boa. As baterias alcalinas tracionarias mais comuns já contam com dez anos de vida útil. Isso, claro, nos rigores dos testes da engenharia, e nos temores patológicos do departamento de marketing. Um motorista cuidadoso consegue passar vinte anos sem trocá-las, por preços que caem consideravelmente a cada ano. No começo do século, uma boa bateria de íons de lítio não era entregue por menos do que R$ 5000,00 por cavalo/hora líquido. Hoje se consegue pagar não mais do que mil reais elo mesmo cvh, com polímero de lítio, no varejo.

Agora os alemães do Centro de Pesquisa de Energia Solar e Hidrogênio Baden-Württemberg anunciam uma bateria de lítio com vida útil de até vinte e cinco anos, capaz de armazenar até 1100Wh/kg. Se contar a estrutura de proteção, fiação e circuitos de controle, ainda assim elas conseguiriam mais de 1cvh/kg. Mais do que o triplo das melhores vendidas actualmente.

As conseqüências, além de calar as bocas dos detratores, são a medianização do automóvel eléctrico. Hoje em dia, só carros grandes, potentes e pesados como o Tesla Model S (que absorve facilmente o preço de um grande e pesado banco de baterias) ou as pequenas scooters urbanas, como a Win Elektra (que precisam de quase nenhuma bateria) conseguem rivalizar com os similares de motor à combustão.

Fonte: Carsale e Verde Sobre Rodas
Também é de se esperar que as pesadas e volumosas chumbo-ácidas declinem, já que as baterias de íon de lítio comuns terão que baratear muito, legando suas vantagens de serem leves e muito compactas, podendo até ser instaladas na centralina da injeção electrônica.

Feita em parceria com a BMW e o governo alemão, lição bem aprendida com a China, a nova bateria ainda passará por testes, mas o anúncio não é apenas pare reacender esperanças. O recado dos pesquisadores é claro, tipicamente alemão: Forçar as montadoras a repensarem a vida útil de um veículo, que hoje, com dez anos de uso, já pode ser considerado velho.

Aliás, já está mesmo na hora de as montadoras pequenas, como a sólida e competente Electra, abandonarem os dinossauros de chumbo. Há muito que eles são representam mais vantagens econômicas sérias sobre as de íons de lítio. É dela o Híbrido BR, feito em cima do belo Busscar Urbanuss Plus, que servirá Recife durante a Copa das Federações, e lá permanecerão até dia 23 de Junho. Praticamente todos os trólebus do Brasil, inclusive os guerreiros de São Paulo, que funcionam por anos sem a manutenção mais básica, são da Electra. Aliás, é um projecto racional e inteligente, que usa monobloco em vez do chassi de caminhão, e conta com um propulsor de 120kWh nominais, cerca de 163cv, auxiliados por um gerador Mercedes-Benz de 149,6cv e um gerador trifásico de 60kWh. Suficientes, mas se quiser sobreviver, ela terá que se actualizar e pensar bem grande, de agora em diante. A BYD já está testando o seu ônibus em São Paulo e constitui uma ameaça real.

Sem delongar o adendo, não só a Electra ganharia, sobrevivendo, o cidadão comum ganharia muito, respirando ar limpo e viajando sem o estresse de um motor de grande porte acelerado a todo momento.

Website da Electra, clicar aqui. Ficha técnica do Hírbido BR, clicar aqui.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Win Elektra - A Kasinski entrou primeiro



Desde que a brasileira Kasinski foi controlada pelos chineses, muitos reclamaram que ela perdeu sua relevância, por agora ser uma sucursal de mais uma copiadora genérica da China. Tem muita maldade nisso, mas não é de todo falso.

Com o bônus te der encerrado uma pendenga familiar, os chineses conseguiram dar à Kasinski a capacidade de sobrevivência que não tinha, pois agora concorre com as chinesas que não têm sequer assistência técnica própria, ao passo que a marca tem representantes oficiais em quase todo o país.

Dá para se dizer que ainda é meio brasileira, embora sobreviva de fazer motocicletas com peças de concorrentes já consagradas. Demérito? Nem tanto. Nunca vi um comercial da nova Kasinski em que suas motocicletas são alardeadas como tendo o luxo de uma Gullwing, o desempenho de uma Tomahawk, a perfeição técnica de uma BMW e assim por diante. Ela, como dizem, fica na dela, cavando seu cantinho em um nicho despretensioso de mercado.

Em tempo, as reclamações quanto ao excessivo consumo de óleo, que assolava a GF125, desapareceram. O dinheiro entrou, a solução apareceu mais depressa. Bem, eu conheci um guarda noturno que tinha uma, andava sempre no limite e era só elogios para ela...

A primeira epopéia da marca no mundo das baterias foi a pequenina scooter eléctrica Prima, que pode rodar até 60km com uma carga, a 45km/h. O único pecado é a bateria usada, chumbo ácida. Mesmo ainda sendo mais barata do que as alcalinas, embora cada vez menos, essas baterias têm uma grande fragilidade de ciclo, ou seja, não suportam perder muita carga sem serem danificadas. Mais de um terço de carga que se utilize, e o risco de danos internos é iminente.

Há as de gel com placas espirais, como a Optima, mas são muito mais caras, compensaria partir para as de polímero de lítio, que custam pouca coisa mais e têm a vantagem de ocupar uma fração do espaço, com no máximo 25% do peso.

O relativo sucesso da Prima encorajou a electrificar a pequena Win, que na versão à gasolina compete com as outras genéricas da Honda Biz e da Yamaha Krypton. Embora o uso de partes plásticas próprias a diferenciem mais.


A Win Elektra tem um hubmotor com potência nominal de 1,36cv. Parece pouco, e realmente é para as pretensões da maioria dos usuários dessas motocicletinhas, mas é suficiente para o uso urbano, especialmente para quem quer um transporte barato e confiável... Ignorando, claro, os riscos a que toda motocicleta expõe seus ocupantes.

O desempenho anima na cidade, mas impede o uso rodoviário: Chega a 60km/h e roda até 80km com uma carga. Resultado obtido em piso plano, com condutor erecto de 1,7m de altura, et cétera. eu conseguiria resultados melhores, por ser mais baixo, leve e não hesitar em me curvar um pouco, para ganhar uns quilômetros a mais.

A bateria é a chumbo-acida convencional de 72V e 20Ah. Ou seja, se realmente queres rodar 80km, deves moderar a velocidade, mesmo que essas baterias sejam de ciclo profundo. como já disse, as chumbo-ácidas de ciclo total custam quase o mesmo que as boas íon de lítio, que são muito mais vantajosas.

Aqui temos uma grande desvantagem e uma grande vantagem na gana por redução de custos. A Win Elektra, como a à combustão, também abusa do uso de peças prontas, que a montadora não precisou desenvolver, no máximo ajustar para as suas características. Infelizmente isso se estendeu à oferta de cores, que para acelerar e optimizar  a produção, se limita a branco e vermelho... Quer uma azul ou preta? Mande envelopar. Lamento.

A vantagem e grande chamariz desta eléctrica produzida totalmente no Brasil, está no resultado desta equação muquirana, ela tem preço sugerido de R$ 4.990,00. Menos do que muitas motocicletas à combustão do mesmo porte, normalmente um terço mais baratas. Outra vantagem é que ela custa menos do que a maioria das scooters monopostas, e mesmo assim leva duas pessoas, se não forem muito robustas, é claro.

Além do baixo custo operacional e de manutenção, que compete fácil com o caro e péssimo transporte público brasileiro, ela compensa a performance tímida com a localização inteligente da bateria, onde a convencional leva o motor, auxiliando a estabilidade de seus 115kg, e o pequeno e útil baú traseiro ser de série. Também há o baú, que além da utilidade óbvia, tem um encosto acolchoado para o carona, algo tão simples, inteligente e barato, que passou pela peneira dos cortes.


Aqui um adendo necessário. Um leitor perguntou sobre a vulnerabilidade do hubmotor. Realmente, fora o mito de que ele dá choque em alagamentos, e quem já deu partida com a água até o meio dos pneus sabe que é seguro, ele realmente fica mais exposto, tanto aos buracos, quando às guias e ao próprio estouro de um pneu em nossas péssimas estradas.

Bem, é preciso uma pancada muito feia para estragar um motor de cubo. Os ombros dos pneus, por mais baixos que sejam, e a altura do encaixe, porporcionam proteção eficiente. O que não conseguir destruir os freios, não vai atingir um motor de cubo. Se atingir, é porque todo o resto da suspensão já foi destruído. Até compensa consertar o motor, a suspensão teria que ser trocada mesmo

No caso da Win, o hubmotor é pequeniniho e as rodas são aro 17", então não há a menor chance de uma vala no asfalto o atingir.

Imagens obtidas no website da kasinski.

Mais detalhes, ver no website da Kasinski, aqui.