quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ousadia bávara: i3 e i8 a caminho do Brasil

Fonte da imagem: http://www.gizmag.com/bmw-i3-i8-electric-hybrid-cars/19427/

Em sincronicidade e aparente resposta a um secretário que provou não saber sequer fazer as quatro operações básicas, aqui, afirmando que os carros eléctricos são uma solução incompleta, quando até os texanos estão investindo pesado neles, a BMW confirmou planos de trazer a marca BMWi para o Brasil.

Toda a operação de invasão electrobavara começa em Setembro, depois de amanhã, sob a batuta do brasileiro Carlos Côrtes, executivo que comanda a gerência de marketing e vendas da submarca, e já demonstrou ser habilidoso com propostas ousadas.

A estrutura de vendas corporativas e diplomacia já está pronta e agindo, na surdina até ser tarde demais, típico da cultura teutônica.
Fonte da imagem: http://www.gizmag.com/bmw-i3-i8-electric-hybrid-cars/19427/

Os modelos serão o hatch i3 e o esportivo i8, que virão ao mercado praticamente iguais aos conceitos que os originaram, e arrancaram suspiros a ponto de influenciar o novo desenho do Série 3. As vendas começam já em 2014, provavelmente para o natal de 2013. Este, aliás, que será o ano de lançamento oficial dos modelos.

O i3 é um compacto com autonomia para 224km em condições e velocidades européias, provavelmente beire os 250km aos nossos 100km/h. O motor traseiro central gera pico de 170cv e torque de 25,5kgfm, que o levam da imobilidade a 100km/h em 8s, com máxima de 150km/h. Se levar em conta a proposta do carrinho, ele empolga. O tempo de recarga, com as baterias completamente descarregadas, o que quase nunca acontece, é de seis horas. A recarga rápida dá 80% em uma hora. Preço previsto de 29.900 Euros, sem os incentivos que a maior parte do mundo oferece.

 O i8 é um híbrido com um motor eléctrico de 128cv no eixo traseiro, e um impressionante três cilindros de 1500cc que gera 217cv, eles empurram o bólido de 0 a 100 em menos de 5s, com máxima limitada a 250km/h. Opções de carroceria coupé e spider. O motor eléctrico é um auxiliar perene, tanto que suas baterias permitem apenas 30km de autonomia solitária, comedimento que deve ser revisto em breve, quando o Chevy Volt estrear as novas baterias. O consumo médio é de 44km/l. Preço previsto de 170.000 Euros, sem os incentivos que a maior parte do mundo oferece.

E volto a avisar: Eles já estão a caminho. A BMWi já se instalou no Brasil e espera apenas o lançamento mundial para começar a vendê-los por aqui. Interessante notar que, pelo preço, o i3 será um concorrente directo e altamente incômodo para o Nissan Leaf, com vantagens óbvias de design, status e carisma.





Mais detalhes, ver aqui, aqui e aqui.
Website da BMW Brasil, clicar aqui.
Blog da BMW (sim, um blog) clicar aqui.

domingo, 19 de agosto de 2012

Híbrido por uma pechincha

Jay, Brent, Ken e Dr Charles. Photo divulgação.
 Vejam só do que é capaz uma universidade pública, se levada devidamente à sério. Deixa a maioria as nossas particulares parecerem escolinhas de primário, adaptadas para ensino superior.

Muita gente já deve ter se questionado sobre a viabilidade de converter seu carro, já com certa idade, para híbrido. Opções não faltam, mas todas elas têm problemas que fogem à responsabilidade dos leigos. Uma opção é importar um kit, há vários, ma são todos bem caros e geralmente se utilizam de motores acoplados à transmissão, ou adaptados às rodas que não têm tração, por meio de reduções, acrescentando muita massa e volume ao carro. Outra é adaptar os kits para eletrificar, que há no Brasil, que por serem importados em certa quantidade, são bem mais em conta e a mão-de-obra nacional assegura a adequação aos nossos carrinhos, mas ainda assim prevêem a utilização de uma transmissão; são melhores para um plug-in puro. Ainda há a opção de fazer por conta própria, mas isso só aconselho aos que têm um bom conhecimento no ramo, porque tudo estará por sua conta e risco, sendo muito fácil ser enganado por espertalhões de outros países, pela internet. Quem garrante que aquelas baterias de polímero de lítio, vistas por uma bagatela no e-bay, são realmente o que o vendedor afirma? E quem garante que elas realmente são do vendedor, e não um fake para arrancar dinheiro de incautos?

Jay montando o hub-motor. Photo divulgação.
Bem, estudantes da Universidade de Middle Tenessee, orientados pelo professor Dr Charles Perry, desenvolveram uma solução. Por cômodos três mil dólares é possível aumentar entre 50% e 100% a autonomia de seu automóvel, utilizando-se de auxílio eléctrico. O sistema todo é simples e inteligente, dois hub-motors são instalados ao redor dos freios, disponibilizando até 27kgfm, que empurram bem um carro médio americano, sem perdas, sem desgastes, sem acréscimo de massa e volume inerentes a uma transmissão. Não é preciso sequer fazer cortes ou acrescentar reforços ao veículo. Basta mexer nos cubos das rodas e acomodar a parte de alimentação e gerenciamento.

A cobaia foi uma perua Honda Accord 1994, com cerca de 1350kg a 1450kg de peso em ordem de marcha, não informaram a versão, que se tornou um 4X4 com a conversão. Usando só as baterias, ele roda apenas 56km a 64km/h. Parece pouco, mas a função é apenas de auxílio, não de hibrido pleno. Além do mais, rodar só na cidade não é problema para essa autonomia. A simplicidade do kit e a pouca quantidade de baterias é que garantem o preço acessível.

Compensa colocar em um carrinho nacional? Compensa. A durabilidade do conjunto aumenta muito, e o kit fica altamente sobredimensionado. Um hatch popular, com carga total, não é mais pesado do que aquele Accord, vazio. Compensa mais para frotistas e taxistas, porque os motores embutidos permitem ao à combustão, funcionar em rotações e condições de consumo que não conseguiria sozinho; este é um dos segredos do baixíssimo consumo de híbridos modernos, como os da Fisker (46km/l), Volvo (53hm/l) e Porsche  918 hybrid, um bólido capaz de passar de 320km/h, com consumo médio de 33km/l. Claro que eles utilizam tudo o que há de mais sofisticado no mundo, mas não se duvide que um Mille bata na casa dos 30km/l sem grandes exigências.

O objectivo é colocar o kit no mercado, onde a escala de produção vai derrubar o preço já em conta, por agora estão em negociações. Se bem que a simplicidade o torna muito fácil de copiar, enfim... A equipe é formada por: Suneth Wattage, Brabdon Crowell, Ken Gendrich, Brend Brubaker e Jay Perry, que não é parente do Charles. Para efeito didático, o conjunto de baterias e controladores foi simplesmente colocado no porta-malas, mas pode ser instalado debaixo dos bandos e no console do painel, sem problemas.




Mais obre o trabalho dos alunos, clique aqui e aqui.
Website da Middle Tennesseee State Universit, clique aqui.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os americanos estão chegando, de novo!

Autor da imagem: Daniel Dirald. Todos os direitos reservados.
 Com a Toyota batendo de frente e a Volkswagen determinada a ser a maior montadora do mundo, a General Motors tem um motivo para investir em diferenciais, especialmente um já consagrado, o Volt. Mal anunciaram as pesquisas avançadas para uma bateria com várias vezes a densidade energética das melhores íons de lítio, por uma fração do preço, e a dama da gravata dourada já se apossou da novidade.

O anúncio é oficial e claro, o Volt com autonomia de 320km no modo eléctrico está saindo do forno, pronto para começar os testes práticos. Sem adiantar maiores dados técnicos, típico da GM, a promessa é de que o hatch fique até mais barato com as novas baterias, que provavelmente são as deste artigo aqui. A intenção é clara, tornar seus eléctricos quase tão baratos quanto os convencionais à combustão de mesmo nível social. Isso porque os leitores já sabem o quanto o comprador de um Tesla desembolsa por um eléctrico que possa fazer uma boa viagem sem medo.

Ok, então a GM vai monopolizar mais uma patente? Duvido. Embora a fornecedora já seja notória, qualquer empresa do ramo conseguiria fazer o mesmo, apenas mudando detalhes para escapar das leis de direitos autorais. O que eles querem é chegar na frente, sem os problemas de um projecto feito às pressas. Eu esperava em que cinco anos as baterias de lítio comuns ficassem obsoletas de verdade, me vejo obrigado a antecipar as previsões em dois anos, no mínimo.

Paralelamente, a Chrysler confirmou a intenção de lançar não só a Ram 1500 híbrida, como hibridar ou electrificar toda a sua gama de modelos, a começar pela Town&Country, que estava condenada à morte antes do anúncio, por causa da Dodge Journey.

Fonte da imagem: http://onsurga.com/

De quebra, corremos o "risco" de pagar menos até pelos bólidos da Tesla, em um futuro próximo, lembrando que a marca já deu andamento na papelada para desembarcar oficialmente no Brasil.

Juntando tudo isso, além da certerza de que essas baterias virão antes e mais baratas do que se imaginava, volto a dizer: Tio Sam não está brincando. Eles estão aprendendo com seus erros mais depressa do que se esperava, estão fazendo muita cousa sem o estardalhaço de antes, até ser tarde demais. A parte boa da América, é este o nome do país, está voltando à tona, à bordo de seus carrões, é claro.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tesla S não dá para quem quer

Imagem by Tesla Motors

Mesmo com seu modelo S custando quase cem mil dólares nos Estados Unidos, mesmo tendo sudo alvo de chacotas e sabotagens em testes tendenciosos, mesmo atraindo a ira dos veoitistas fundamentalistas, a Tesla está superando todas as expectativas. Enquanto as grandes montadoras se seguram para não tombarem à crise, que elas mesmas ajudaram a criar, a fábrica dos melhores carros eléctricos do mundo não consegue atender à demanda do consumidor.

Com previsão inicial de quinze mil unidades ao ano, o Model S tem uma fila de espera de onze meses. espera digna dos Rolls Royce, que deveria juntar forças para produzir seus próprios plug-in. A produção já está sendo ampliada para vinte mil unidades ao ano, mas o crescimento da demanda talvez obrigue a fábrica a duplicar as estimativas iniciais.

Deveriam estar pulando de alegria, e estão, mas não com muito entusiasmo. Foi justamente o sucesso muito acima da capacidade instalada, que decretou o fim precoce da Cord, que tentando atender à demanda, acabou pecando na qualidade e no acabamento, algo imperdoável em automóveis de luxo. O Model S é um carro de luxo.

Fonte da imagem: http://antigosverdeamarelo.blogspot.com.br/

Por outro lado, o sedã com autonomia de 485km e máxima de 200km/h, prova que o comprador potencial dos carros eléctricos está disposto a pagar mais por um carro de verdade que seja abastecido na tomada. Como diz a própria Tesla, não é para comprar só porque é eléctrico.

O Model X, o utilitário esportivo 4X4 puramente eléctrico da Tesla, que tem as características portas traseiras asas-de-gaivota, e custará mais do que o S, já tem quinhentas encomendas confirmadas. Ainda está previsto um modelo com 245km de autonomia, que será vendido por cerca de US$ 57.000,00, nos Estados Unidos, sem os incentivos do governo. Terá acabamento mais simples e enxuto, mas nada que envergonhe as concessionárias da marca.

Imagem by Tesla Motors

Mas o que eles fazem que as outras não fazem, pergunta o leitor recém-chegado? Eles confiam no seu taco e ousam. Sabem do que são capazes e fazem, usam mais de engenharia do que de marketing, para resonver os problemas de engenharia. Não usam o bordão "Carro verde! Pague mais e leve menos para ajudar a natureza", desde o já saudoso e candidato a clássico Tesla Roadster, a montadora se esmera em fazer o consumidor querer seus carros porque são bons, deixando a parte de ecologia e economia operacional como acréscimo para as vendas, dando dignidade aos carros eléctricos, que até então eram vistos como pedintes automotivos. Parece que as montadoras tradicionais não perceberam, mas deu certo.

A Tesla Motors já tinha confirmado interesse em vir para o Brasil, em 2014, mesmo com o IPI de então batendo nos 48%. Caiu para 37%, para os importados. Provavelmente o modelo popular(?) desembarcará por aqui como carro-chefe, já como lançamento, provavelmente custando menos do que o Leaf, com uma estética muito mais apurada e rodando bem mais do que ele. Não será um carro para as massas, mas será um colírio para quem ainda pensa que carro eléctrico tem que ser feio, desengonçado, ou se parecer com um disco voador de filme trash.

Uma empresa dessas, merece minhas linhas e minha divulgação. Não que eu vá fazer grande diferença no balanço anual, mas merece. Seja lá o que for, façam como Elon Musk, co-fundador da Tesla, não se apóie em jargões, no senso comum, na boa vontade ou mesmo no tema em voga. Façam algo que as pessoas queiram comprar porque quererão comprar, porque vão gostar de usar e mostrar aos amigos. Façam o seu melhor, ou não façam!

Rolls Royce, aprenda!

Website da Tesla, clique aqui e babe também.