domingo, 8 de julho de 2012

Uma nova chance à Ram 1500 Hybrid

Ram 1500 modelo 2013

Depois de ter quase falido por teimosia própria, quando se desvincilhou da Daimler Benz, a Chrysler parece ter aprendido a lição e está cooperando com a Fiat, hoje sua dona. Já recuperada e dando lucro, a americana retomou seus projectos e já começou com a patente do logotipo do novíssimo motor EcoDiesel, que em princípio equipará a linha Jeep.

Trata-se de um turbodiesel de última geração, de três litros, que elimina a já defasada vantagem de potência específica dos motores otto, os que usam velas para dar a ignição. Ele gera 245cv, bem mais do que muitos carros á gasolina com as mesmas 3000 cilindradas. A expectativa é que a nova Grand Cherokee, que herdou seu nome de uma tribo guerreira dos Estados Unidos, faça 9,7km/l na cidade e cerca de 14km/l na estrada. Um Mille com carga total não faz isso nem com vento em popa. falta-lhe torque.


Esclareço que os números de consumo são estimados para uma rural de grande porte com tração integral, puramente mecânica. Com um sistema híbrido bem dimensionado, faria pelo menos 50% a mais por litro. E é aqui que as esperanças de uma Ram híbrida voltam à tona.

Há uns anos, foi apresentado um protótipo que fazia até10km/l com o beberão V8 à gasolina, rodando com ambos os motores ao mesmo tempo, mas com raio de míseros 36km usando apenas o modo eléctrico. A probabilidade de a gigante vir a usar o EcoDiesel, combinado com boas baterias de lítio e um motor eléctrico de alta eficiência, é grande, porque a Chrysler quer apagar a imagem de empresa que só conseguia desempenho às custas de enriquecer o posto de combustível. A Ram 1500 Hybrid é um dos projectos que a crise engavetou, mas caiu no gosto dos italianos. Aliás, está vendendo bem na Europa, sabe-se lá como se vira naquelas vielinhas serpenteadas.


Provavelmente, para a Ram o motor deverá ser um pouco maior, para não decepcionar o público da pick-up, que gosta de rebocar locomotivas. De qualquer forma, o uso do biodiesel já é previsto no projecto do novo propulsor, o que servirá de argumentação para a nossa preterida indústria de combustíveis vegetais, que sobrevive na base do "não morro pra não alegrar o coveiro".

Na hipótese de ela realmente sair do papel, e tudo conspira a favor, é grande a possibilidade de ser importada para o Brasil, bem como é também muito grande a possibilidade de custar mais de R$200.000,00. Problema? Nenhum. O público desta dama voluptuosa está órfão da F-350, que alguns transformavam em pick-up heavy duty sem cerimônias. Suas concorrentes nacionais... não existem. GM, Toyota e VW apresentam as argentinas S10, Hilux e Amarok como se fossem nacionais, mas são montadas por nuestros hermanos. Então a Ram Hybrid não ameaçará um emprego brasileiro sequer, podem comprar sossegados.

Versão eléctrica ainda fora de cogitação.

Por ser ainda uma especulação com fortes viés e pressão para produção seriada, não há um dado técnico sequer à disposição, nem os detratores de plantão sabem ainda o que falar mal dela. Se confirmada, não virá antes do fim de 2013, já como modelo 2014. Outra cousa que anima, é o sucesso de empresas que hibridizam os caminhões de passeio americanos, como a PHEV, mas não oferecem a fiabilidade, a rede de assistência e o status de um original de fábrica.

A Ram 1500 PHEV, a título de curiosidade, fornece 12,9kWh, ou 17,5cv instalados de baterias de íon de lítio, roda uns 32km só no modo eléctrico e seus principais clientes são as prefeituras.

Já uma Ram totalmente eléctrica, por hora está descartada. Turim gosta de motores à combustão e ainda tem receios quanto à aceitação dos plug-in puros, e não quer arriscar fazer carros caros como o Tesla Model S. Precisaria ter o dobro das baterias do Model S para conseguir a mesma autonomia, não que não haja quem aceite pagar o preço, mas para o mercado comum sairia muito mais caro do que vale à pena arriscar.



Biodiesel no Brasil, clicar aqui.
Website da Ram Trucks, clicar aqui.

6 comentários:

  1. Um híbrido com motor a biodiesel pegaria muito bem. O veoitão do primeiro protótipo poderia ser flex. Aliás, um híbrido com motor Otto movido a GNV, também pegaria bem pra cacilda. Se fosse num caminhão pesado então, beleza. Espaço para um ou mais cilindrões da GNV, e para as baterias, de qualquer tipo, haveria de sobra. E poder-se-ia, no caso do caminhão, ou de um ônibus de viagem, pensar num sistema de tração Diesel-elétrica, como nas locomotivas, ou Otto-elétrica movido a álcool e/ou GNV. Ou até mesmo um sistema turbina a gás-elétrica. Tá legal, dessa vez eu viajei.

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    1. Ignição por faísca num veículo pesado é menos recomendável, não tem como superar um motor Diesel nessas aplicações. E no caso do gás, justamente pelo peso e volume dos cilindros, por atrapalhar a capacidade de carga é inconveniente sob o ponto de vista da rentabilidade...
      http://dzulnutz.blogspot.com/2011/12/consideracoes-sobre-rentabilidade-e-o.html

      Mas nada impede de usar álcool num motor do ciclo Diesel...
      http://dzulnutz.blogspot.com/2011/09/consideracoes-sobre-o-etanol-em-motores.html

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  2. Alô, Fiat. Compra a divisão Hummer da GM, e faz o mesmo com o jipe Hummer. Vai ficar ótimo. Tanto com o motor Diesel, como com o V10 do Viper. É só colocar os hubmotors, e tá tudo bem.

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    1. Não pode abrir mão do Diesel, mais apto à operação em ambientes extremos.
      http://dzulnutz.blogspot.com/2011/11/diesel-vantagens-aparecem-em-ambientes.html

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  3. A Fiat considera redução de custos, cortar o cafezinho, então é mais provável que os indianos comprem a Hummer do que os italianos.

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    1. Ou os chineses. Bem que tentaram. A Denza poderia fazer isso, seria um negócio e tanto. Um jipe Denza Hummer. Ou eletrificar os Maybach, de propriedade da Mercedes.

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