segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Renault Twizy - A notícia é melhor do que parece


Foi um misto de alegria e frustração, o anúncio de que a Renault passará a fabricar seus eléctricos no Brasil, em consórcio com a Itaipu. Em particular entre os desafetos da Fiat, que viram seu monopólio ser quebrado por quem tem cacife para enfrentá-la.

A alegria de se ter carros a bateria sendo fabricados em território nacional, com o suporte de um grande grupo automotivo, já tinha sido confirmada pela Nissan, que fabricará o Leaf no Rio de Janeiro, no ano que vem. A segunda metade do grupo agora entra no peito e na raça, para fabricar os seus modelos também.

Não esquecendo do preço salgado, que é o que menos importa ao potencial comprador, muita gente recebeu um balde de água fria, quando descobriu que as vendas serão dirigidas às frotas de empresas e serviço público; pelo menos em princípio.

Acontece que o governo brasileiro continua vendo carros eléctricos como artigo de luxo, classificando-os no mesmo grupo dos carrinhos de golfe. A estupidez está no facto de que carrinhos de golfe têm inúmeras configurações, podendo servir até como maca motorizada em situações extremas, como transporte de obesos mórbidos em ,longas distâncias internas.

A produção desses carrinhos é tão pequena, que se fossem isentos de IPI, o governo não perderia praticamente nada de arrecadação. O que falta então é vontade, e gente com capacidade técnica no comando de órgãos técnicos. Bastaria uma canetada e o país teria bons benefícios a custo tributário insignificante.

Aumenta a estupidez, o facto de o governo desprestigiar os quadriciclos, quase sempre vendo-o como implemento agrícola, mesmo sendo incomparavelmente mais seguros do que as motocicletas. Mais uma deficiência técnica onde ela é essencial. Infelizmente, para nós, o Twizy foi homologado como quadriciclo, na Europa, onde isso reduz a carga tributária. Basta ver que as versões mais básicas nem têm portas, embora tenham cintos de segurança para os dois ocupantes.

Bem, a versão de entrada, que não passa de 45km/h e roda até 60km, ficará fora de nossas fronteiras. Lá ela dispensa a necessidade de habilitação, como um ciclomotor. Teremos a versão que atinge 85km/h e roda 100km àquela velocidade. Em princípio, só para frotistas.

Agora vem a boa notícia. No mercado de usados, ele e os outros Renault ZE estão liberados. Quando a Renault disse "frotistas", não discriminou locadoras, empresas de táxi e de entregas urbanas. Mesmo a empresa onde tu trabalhas pode estar na lista de potenciais clientes. Na hora de repassar, o funcionalismo costuma ter preferência. Se for uma locadora, então, melhor ainda. No máximo a cada dois anos, as grandes costumam colocar seus carros à venda, para renovar o estoque, sempre em excelentes condições de uso; até para preservar a reputação.

Nada impede que se faça um contracto de locação de longo prazo, com possibilidade de renovação ou compra, quando de sua expiração. Na prática, significaria o consumidor ter seu Renault ZE zero quilômetro como na prática lhe interessa, com a vantagem de contar com seguro total e equipe de manutenção pronta para atendê-lo, quase sempre com carro reserva à disposição. Isso pode ser feito com qualquer locadora, em qualquer parte do país, com os eléctricos não seria diferente.

Que foi? Sonhando com um Tesla Model S nas mesmas condições? É um sonho muito mais difícil, ele custa o mesmo que um Mercedes-Benz classe E, mas mesmo assim é um sonho possível. Quem sabe... O certo é que um Twizy para substituir aquela motocicleta, está mais próximo de tua garagem do que imaginas.

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