terça-feira, 13 de março de 2012

A Rolls não tem pressa



Muita gente já sabe da proposta do Rolls Royce Phanton eléctrico, batizado de 102 EX. Ele começou com uma autonomia mediana de 160km, que desagradou aos potenciais compradores. Em alguns meses ela cresceu para 200km nas medições na Inglaterra, certamente podendo chegar a 260km nos nossos limites de velocidade. Quem me conhece e se der ao trabalho de ler até o fim, também acreditará que esta autonomia pode crescer, em um eventual modelo de linha.

Algo que os clientes habituais estranharam, não nexessáriamente reprovaram, pelo contrário, foi a troca da madeira do peinel por alumínio escovado, que se parece muito com fibra de carbono, mas com um ar mais aristocrático e tradicional.

O acabamento interno é o típico da marca, com um nível de personalização que confunde facilmente os clientes habituais dos simples carros de luxo, mas tem o padrão de acabamento ao qual a clientela Rolls Royce está acostumada a ter. É por ele que reconhecem o padrão da marca. Então dispensarei comentários e suspiros, que vocês podem ler clicando aqui, pela jornalista da Forbes Hannah Elliot, que está familiarizada com os mimos da Dama Voadora. Ao contrário do que muitos podem pensar, trata-se de uma jovem dama, com gostos refinados e beleza campestre, não uma senhora saudosa de quando andava em um Rolls Royce feito pelas famílias Rolls e Royce. A juventude tem salvação.

São dois motores, na traseira, é claro, que fornecem com vigor e suavidade até 290kW, ou 394,4cv de pico. Suas três toneladas são impulsionadas de 0 a 100km/h em oito segundos. Mas, por Deus, quem vai querer disputar quilômetro de arrancada em um Rolls Royce? A aceleração é mais do que suficiente para emergências, a serem imaginadas pelos caros leitores.

A frenagem regenerativa é de uma suavidade esplêndida, ao contrário do que acontece com outros conceitos plug-in, e mesmo muitos de linha, em que há um tranco pela ação brusca da força contra-eletromotriz. O resultado é uma legião de clientes e aficcionados que foram demovidos da resistência que ainda tinham à ideia. Também consideraram suficiente a autonomia, para o uso diário, que permite até uma semana de uso normal, nos padrões europeus. No continente americano se poderiam estimar três dias de uso sem problemas.

Lembrando que se trata de um protótipo, muitos há de perguntar o motivo da demora. 'Por que a Rolls não lança o que certamente será o melhor eléctrico da história?', no que a própria Elliot respondeu citando Elon Musk Tesla, presidente da Tesla Motors: Eu quero que as pessoas comprem porque é o melhor carro. Não quero que digam 'eu vou aceitar qualquer coisa, porque é eléctrico'. E quem em sã consciência há de negar-lhe a razão? ARolls Royce concorda, sua clientela concorda, eu também concordo. Dará tempo de eu ficar rico e encomendar o meu.

Um híbrido? Foi aventado, mas talvez não seja adequado. Esperemos pelo plug-in puro.

4 comentários:

  1. Rolls-Royce elétrico puro só se tiver hub-motors. Podem até ficar restritos apenas ao eixo traseiro para não ocupar espaço destinado a uma melhor acomodação das baterias tracionárias visando favorecer uma boa distribuição de peso entre os eixos, além de reduzir as perdas parasitárias por atrito e não sacrificar tanto o espaço para bagagens. A propósito: em função do estratosférico preço de um Rolls-Royce, não seria mau negócio agregar ítens como painéis fotovoltaicos e fazer um amplo uso de materiais mais leves - vá lá, não seria mau negócio usar uma estrutura monocoque em fibra de carbono, por exemplo...

    Mas considerando a experiência da divisão aeronáutica da Rolls-Royce, não seria impossível desenvolverem uma microturbina para ser usada num sistema híbrido serial.

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  2. Concordo plenamente. Mas Rolls é uma caixa de surpresas, aguardemos.

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  3. A Rolls NUNCA teve pressa. Os Rolls Royces não são carros para quem tem pressa. Quem tem pressa compra um Porsche ou Ferrari. Esse lance da microturbina é bom.

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