Está pronto o novo representante dos emblemáticos ônibus de dois pavimentos de Londres, em sua primeira geração híbrida. mais aqui, aqui, aqui e aqui. O lançamento é oportuno para os preparativos dos jogos olímpicos de Londres, no ano que vem.
São apenas 164cv e 81,58kgfm (potência baixa para um veículo do porte) em seu motor eléctrico, que funciona paralelamente ao motor diesel, simultaneamente ou não. O veículo faz até 5km/l, quando 2,5km/l seriam um bom resultado até para ônibus de piso simples, mais aerodinâmicos. As emissões foram reduzidas à metade dos limites da nova legislação, que deixa a nossa no chinelo.
Sendo plug-in, ele pode receber recargas a cada parada que fizer, contribuindo para reduzir a necessidade de uso do combustível.
A potência muito abaixo da normalmente utilizada em veículos do porte, se deve ao facto de o motor eléctrico dispensar giro para começar a produzir força, poupando o ônibus de consumir várias vezes a cavalaria realmente necessária para manter suas baixas velocidades de operação.
No mais, é um veículo de piso baixo, pensado para permitir o acesso de cadeirantes, próprio para o bom asfalto londrino. Ocupa bem menos espaço no trânsito do que outros ônibus com a mesma capacidade de passageiros, assim pode fazer curvas em espaços bem menores, facilitando e agilizando as manobras.
Não bastasse a técnica apurada, o desenho elegantemente assimétrico do veículo caiu rapidamente no gosto do inglês, conseguindo deixar de ser careta sem perder a tradição. O aspecto me lembrou rapidamente a figura dos piratas com tapa-olho... Um tapa-olho furado.
Além das portas amplas, da suspensão macia e dos bancos anatômicos, o passageiro ainda conta com a conveniência da internet sem fio à bordo. A passagem poderá ser paga com um ticket válido por um dia, ou com um cartão magnético permanente, que seria um belo souvenir par qualquer turista. Preços, ver aqui. Por 712 Libras, o passe é livre por um ano.
Alguns goianienses ainda devem se lembrar dos ônibus de dois pavimentos que tivemos aqui, e lembrar com certa saudade, porque na época a cidade ainda estava preservada, havia muita beleza art-déco para se ver do pavimento superior. Foi retirado de circulação aos poucos (as cinco unidades que tínhamos) quando do incidente radiológico, em 1987, e nunca mais deram notícias deles. Na época, ele não passava pelos terminais, que ainda hoje não abrigam seus cerca de 4,5m de altura, mas seriam perfeitos para as marginais que hoje cortam a cidade. Mesmo assim eram muito procurados, quem se lembra tem saudades... Foi quando Goiânia ensaiou galgar uns degraus acima na civilidade e no desenvolvimento, em vez de simplesmente inchar.
Vamos sonhando, que por aqui, principalmente Goiânia, algo assim não chega tão cedo.
Website para conhecer Londres, clique aqui.