A experiência coreana de bondes eléctricos recarregados continuamente por indução, por espiras sob a asfalto, está sendo tão bem sucedida que atraiu a atenção dos americanos. Ver aqui.
A cidade de McAllen, no petrolífero Texas, comprou a licença do Instituto KAIST para implantação do transporte em suas ruas.
O OLEV (on-line electric vehicle) é uma espécie de ôninus eléctrico, cujas baterias são continuamente recarregadas pela rede subterrânea de ressonadores, em baixa profuncidade. E como sabemos, a ausência de ciclos profundos aumenta muito a durabilidade das baterias. O sistema funciona nos mesmos moldes dos rádios e celulares (aqui) com a diferença de que transmite, em vez de dados, electricidade bruta, embora não seja difícil incluir a transmissão de dados em suas funções.
Mas os OLEVs que funcionarão em McAllen até início de 2013, ao contrário dos coreanos, não serão tão lúdicos, com caras de Kombi quadrada, terão aspecto de bondes normais.
Os alemães também estão neste caminho, desenvolvendo, pelo instituto Fraunhofer, seu próprio OLEV(aqui) com algumas diferenças técnicas das dos coreanos. A aparência é a de um bonde de ficção científica, com boa aerodinâmica e ampla área anvidraçada. A ideia é fazer a recarga nos pontos de parada, injetando até 700V e 1000A por trinta segundos, o que exigirá um controle de recarga extremamente sofisticado, para evitar danos às baterias e ao sistema eléctrico do veículo. A vantagem é que ele pode fazer desvios por ruas desprovidas de ressonadores. Para este caso, o melhor seria utilizar as novíssimas baterias de íons de lítio desenvolvidas na Universidade de Northwestern, que permitem multiplicar por dez (ver aqui) a capacidade de carga, e dividir por dez o tempo de recarga. O segredo é parecido com o que aconteceu com os processadores nos anos noventa, quando descobriram que o silício 'ruim', poroso, funcionava muito melhor do que o bonitinho e lisinho, permitindo trabalhar com ondas longas de luz, um entrave para componentes cada vez menores. A micrométrica folha de grafeno, cujas longas cadeias forçam os íons a viagens longas e congestionamentos ocasionais, foram simplesmente enchidas de furinhos, que permitem que so íons só precisem atravessar a ridícula espessura de um átomo. Com isso também há menos aquecimento, menos atrito em nível atômico, com conseqüente aumento da vida útil. Tudo isso por praticamente o mesmo preço das baterias hoje vendidas. Mesmo sendo mais caras, porque não é fácil fazer aqueles furinhos, a relação custo/kWh será muito melhor. Chega eo mercado em no máximo três anos.
O problema em
ambos os casos, ao menos para nós, é a necessidade de uma boa infraestrutura, quase inexistente no Brasil. O modelo coreano precisa de
asfalto de boa qualidade, flexível e bem ligado, para que possa ter
pouca espessura; sem problemas para os coreanos. O modelo alemão precisa
de uma rede eléctrica sofisticada e confiável, com pontos de recarga
dotados de capacitores de primeira linha, para que a recarga seja feita a
contento, sem eletrocutar quem estiver por perto; sem problemas para os
alemães. A união de ambas as tecnologias, em caso de ônibus de longa
distância, para evitar ter que recapear milhares de quilômetros, seria o
ideal. Caro, mas possível para ambos, e para os americanos, que têm um
território gigantesco e se interessariam por isso.
Em um país onde só um terço da verba liberada vai para seu fim, onde só um terço dos recursos liberados se transformam em verbas, onde só um terço da arrecadação é liberada, onde só um terço da renda é arrecadado, fica muito difícil até sonhar com estes benefícios, salvo em condomínios horizontais de altíssimo padrão.
Website de McAllen, clicar aqui.
Website do KAIST Institute, clicar aqui.
Website do Fraunhofer Institut, clicar aqui.
Website da Northwestern University, clicar aqui.
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