Indo directo ao assunto, espere silêncio, mesmo do motor à gasolina. Por enquanto está totalmente descartada uma versão flex. Seus 99cv@ a baixos 5200rpm não comprometem a maciez, mesmo com taxa de compressão de 13:1, que normalmente o faria se dar muitíssimo bem com etanol; quanto mais alta a compressão, menor a diferença de consumo para gasolina. Com os 39cv do motor eléctrico, então, nem se fala. Até uns 50km/h ele pode funcionar sozinho, com até 90km de autonomia... Só vai dar ele no trânsito lerdo das metrópoles. O bom é que um motor eléctrico não consome energia, quando parado. O câmbio CVT elimina por completo os mais suaves trancos da mais sofisticada caixa de sete marchas.
Espere conforto. O carro é um hatch médio, com boa largura e boa altura, um porta-malas amplo de 445l e bom acabamento interno. O passageiro traseiro do meio em um pouco menos de espaço, mas é mais do que estamos acostumados em nossos populares. Em sua terceira geração desde 1997, ele já teve o projecto maturado e as falhas progressivamente corrigidas.
Espere economia. Embora nem de longe chegue aos 50km/l do Fisker Karma, que é o top dos híbridos, o Prius faz fácil 21km/l na cidade, com o motor eléctrico dando ajudas ao quatro em linha. Em percursos curtos e médios, a baixa velocidade, ele não bebe nem água. A versão que virá em Setembro próximo, contará com recarga plug-in, ao contrário da actual, que só recarrega as baterias por regeneração e pela ação do motor à combustão. Chegou ao serviço, pluga na tomada e vá cuidar de teu trabalho. Mas dê umas caronas, para compensar a energia consumida do emprego.
Espere parecer pré histórico. Tudo no Prius, desde o desenho controverso, até o interior tem ares futuristas. O console central em semi-arco reserva um útil espaço para bolsas, relativamente fácil de acessar e discreto, adequado à nossa realidade. O painel de instrumentos, de início, fascinará alguns, por mostrar níveis de combustível e baterias, bem como quando os motores trabalham juntos e quando cada um o faz sozinho, fora a tela do computador de bordo, que é um absurdo. Três botõezinhos à direita também chamarão a atenção, eles selecionam do modo mais econômico ao mais esportivo de dirigir. No mais econômico, com um motorista experiente, ele pode fazer 25km/l. No mais esportivo ele faz de 0 a 100km/h em menos de dez segundos e chega a 180km/h; nada empolgante para os dias de hoje, mas para um veículo de quase 1,5 ton (vazio) e feito para o uso familiar urbano, está perfeito.
Espere ser uma exceção à regra. O Prius usa baterias de Níquel Hidreto-Metálico, que se são mais pesadas e volumosas do que as de íon de lítio, também são mais seguras de fabricar e operar, bem como mais fáceis de se reciclar. E o Brasil é riquíssimo em níquel, o que pode facilitar as intenções da Toyota de produzir seu híbrido-mestre em um futuro incerto.
Espere chorar a cada prestação que for pagar. Infelizmente o certo é que ele custará muito caro, próximo ao preço de um Fusion Hybrid, afinal são famigerados 48% de IPI, com conseqüente reflexo nas taxas estaduais e municipais.
Página do Prius no Brasil, clicar aqui.
Híbrido já não era equiparado a carro convencional? Eu achava que esse IPI mais elevado fosse para elétricos puros já que não tem como medir cilindrada (por não ter cilindrada nenhuma, diga-se de passagem)...
ResponderExcluirInfelizmente não, Kamikaze. Se no ítem 'combustível' estiver 'eletricidade', o Denatran enquadra no mesmo pacote dos carrinhos de golfe, não importa haver um motor à combustão no meio. Perverso, não?
ResponderExcluirPor isso sai mais barato converter um usado do que comprar um híbrido novo.
Absurda demais essa burocracia. Deixam o óbvio de lado na hora de inventar firulas...
ResponderExcluirSimplesmente porque eles não entendem patavinas de tecnologia automotiva, precisam esconder sua incompetência com papelada supérfula, para não darem nas vistas e não mancharem o prestígio de seus partidos.
ResponderExcluirEu particularmente não morro de amores pelos elétricos, mas essa total falta de noção dos burocratas parece piada. A propósito: ontem eu vi um carro elétrico fabricado pela Jacto sendo usado na coleta de lixo no Parque Farroupilha (mais conhecido como "Redenção"), aqui em Porto Alegre, e só não tirei uma foto pq na hora que eu comecei a correr para chegar num ponto que me permitisse um ângulo bom o Madruga (meu cachorro) caiu num espelho d'água e eu fiquei preocupado que ele pudesse se afogar (afinal, é só um pinscher)...
ResponderExcluirO Madruga é uma boa causa.
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