Lembram da MDI, aquela empresa que divulgou sua tecnologia de motor a ar comprimido, um boxer com bielas articuladas que aspirava o ar atmospherico, o comprimia e recebia uma descarga de ar comprimido de altíssima pressão, gerando muito mais potência do que se fosse só empurrado pelo ar comprimido?
Claro, todo mundo viu isso há alguns anos, e todo mundo aceitou de bom grado a neurose conspiratória de que as companhias de petróleo tinham matado a idéia. Conversa, o problema do mundo é a ignorância do cidadão. A MDI continuou a pesquisar, vender licenças e até prestar serviços técnicos, enquanto aperfeiçoava e continuava a divulgar seu motorzinho, longe da nossa imprensa carniceira.
Agora há indícios fortíssimos de que a tecnologia simples e eficaz do carro a ar comprimido ganhará o grande público. Ratan Tata, manda-chuva da Tata Motors, dona da Land Rover e da Jaguar, vai lançar em 2013 um subcompacto com o mesmo nome do último modelo da MDI, de quem comprou algumas licenças: Mini CAT.
Ao contrário do desempenho acanhado e da autonomia pífia do monovolume, caro por ter sido artesanal, o Tata Mini CAT. As empresas brasileiras que engavetaram as licenças compradas vão chorar, porque Ratan tem mais visão comercial do que metade da Europa inteira. Tanto, que ele já aposta em um bom volume de produção, para o preço da versão básica não passar de US$ 8.000,00; R$ 16.000,00 na cotação de hoje.
Nenhum dado técnico relevante foi revelado, mas apostando na philosophia da Tesla, o preço acompanhará o desempenho do carro. A autonomia do básico seria de 130km, chegando a 300 com todos os tanques de ar comprimido previstos. A máxima ficaria entre 80 e 105km/h. A grande vantagem em relação aos eléctricos, além da simplicidade tecnológica necessária, é que bastam alguns minutos para pressurizar os tanques de ar comprimido, mais rápido do que muitos carros de tanque grande.
Mini CAT da MDI; Simpático, prático, mas pouco comercial. |
Especula-se que o conceito Megapixel, um monovolume de desenho arrojado e simpático, seja o escolhido para o baptismo e uso da tecnologia. A excelente aerodinâmica aparente seria o trunfo para a boa performance. Não confiando só no chamariz da tecnologia, que a Tata promete ser 75% mais econômica do que um plgu-in puro, o Megapixel aposta no aspecto jovial, na facilidade de acesso (as portas podem não ser as do conceito, mas certamente serão suicidas) e no interior atraente.
Mas repito o que já disse sobre os veículos a ar comprimido: eles precisam de um motor eléctrico para serem abastecidos. Ou pensam que o compressor de ar funciona com ar comprimido? De qualquer forma, a MDI provou que funciona e é viável, ou Ratan Tata não enfrentaria o escorpião do bolso para comprar e investir nas licenças.
Se ele vir, fica mais plausível sonhar. |
Quanto ao Brasil, que impediu a entrada dos modelos da MDI por questões burocráticas tão estúpidas quanto quem as mantém, vamos esperar sentados; ou que consigam realmente trazer os caminhões Tata para cá, então fica menos difícil.
Website da Tata, clicar aqui.
Website da MDI, clicar aqui.
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