segunda-feira, 25 de junho de 2012

Eco-Fusca - A competência faz a diferença


Ele é capaz de chegar a bons 160km/h durante uma hora, e roda 200km a 100km/h com uma só carga. A um custo de, no câmbio de hoje, aproximadamente R$ 62.000,00 o mecânico manauara Alex Lopes Soares converteu um Fusca 1986 para tração eléctrica. A idéia foi de um amigo que gosta de Fusca e queria ter um carro eléctrico, Alex topou unir os dois et, voilá! E pensar que quando original, este Fuscão à gasolina mal passava dos 130km/h!

O autor da obra fez questão de só utilizar o que de melhor poderia conseguir, não hesitando em encomendas as caras, mas leves eficientes, baterias de polímero de lítio, que dão o fôlego legendário que o Fusca tem para subir rampas, mesmo com seus quase oitenta anos de lançamento.

A maior vantagem, no entanto, que tem feito o público que conhece do assunto compará-lo em vantagem ao Leaf, é o tempo de recarga, apenas cinco horas em qualquer tomada comum, que em Manaus é de 110V, sem qualquer dispositivo caro, com as baterias totalmente descarregadas; algo quase impossível de se conseguir sem haver o propósito de esgotá-las.

Por causa do projecto antigo, e a manutenção da suspensão totalmente original, as baterias tomam um significativo volume do já pequeno porta-malas, cousa que quem se dispuser a contactar Alex e agendar um orçamento, pode resolver adaptando a da Variant II, que leva a característica robustez e poupa muitos litros de bagagem. Mas ainda cabe uma boa mala na frente.

Manchete de destaque no jornal virtual amazonense A Crítica (ver aqui e aqui), da manhã de ontem até agora, já são quatorze páginas de comentários, a maioria elogiando e querendo saber mais, apesar dos catastrofistas que dizem "desistam, tudo ficará daqui para pior" e dos críticos ignorantes. Desculpem, mas quem se coloca a tratar do que não conhece e a rebater argumentos de quem  demonstra alguma solidez de conhecimento, é um ignorante. Quem simplesmente não sabe é leigo, com este eu tenho toda a paciência do mundo.

A título de curiosidade, Porsche já previa a tração eléctrica no projecto original do Fusca, além de muitas variações de carroceria. Em essência, Alex está dentro da originalidade porscheana do carro, o que serve para acalmar os ânimos dos fusqueiros mais xaatos.

Outra prova de competência e maturidade do projecto é a agilidade de seu desenvolvimento, que começou em Janeiro deste ano e, segundo o mecânico, tem pouco a ser acertado. Bons técnicos sempre ficam satisfeitos em ver seu serviço pronto, mas jamais se satisfazem com seu desempenho. Conta ainda com a ajuda de Eduardo Mazzoni de Araújo, amigo e analista de sistemas que está providenciando um computador de bordo para melhorar o controle do funcionamento do carro, que já conta com ar condicionado. Faróis de leds serão inclusos, para reduzir o consumo de energia, além de outras providências.


A proposta é fazer a conversão em qualquer modelo. Se em um carro com Cx de 0,48 ele conseguiu aquelas marcas, que já permitem enfrentar a estrada, imaginem em um Mille, por exemplo, com 0,35 de Cx e muito mais peso a perder na conversão. Passaria fácil dos 250km sem recarga. Uma recomendação é evitar largar de primeira marcha, porque a arrancada pode tirar o controle de motoristas inexperientes, mas tampém dos muito confiantes... Um bugue ou kit car saindo de fábrica com esta tecnologia... Te cuida, Leaf!

No website que ele abriu para divulgar o trabalho, há telephone e e-mail para contacto, além de seu perfil (aqui) no facebook, onde o sucesso não tem sido menor. Só quem não vai gostar disso é a VW, que gastou uma fortuna para um Golf rodar 150km com muita perda de espaço interno e desempenho, enquanto dois brasileiros atrevidos fazem muito melhor por uma ninharia, sem qualquer suporte externo ou incentivo estatal.

Tanto para o projecto do Alex quanto o do Gurgel,  recomendo a conversão especialmente aos motoristas do transporte escolar, que podem se unir em uma cooperativa e ter um baita desconto pelo volume de serviço.


Website do Eco-Fusca, clique aqui.

14 comentários:

  1. Sabe dizer se ele vai lançar um kit para conversão??? Quero um kit para Opala, um para Maverick, e outro para Dodge Dart.

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  2. É justo esta a intenção do Alex, depois da receptividade. O pacote de baterias fornece energia para um motor de 40cv/h, e nem precisa ser de alta eficiência, popr isso penso mesmo é nos perueiros e feirantes.

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    1. Mas eu quero um kit para eletrificar o meu Opalão. E outro kit para eletrificar o Mavecão.

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  3. Eu sei. Deixei alguns comentários no canal dele no You Tube. Me inscrevi no canal.

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    1. Beleza. Ele é ocupado e está muito exitado com o projecto, mas responde com prazer.

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    2. Com todo o respeito, acho que você quis dizer excitado.

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  4. Sem grilo, retificações de boa fé são sempre bem-vindas.

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  5. Mas eu acho que esse motor não funcionaria bem com um câmbio automático antigo. Acho que um câmbio mecânico se sairia melhor com essa adaptação. Por favor, alguém me corrija se eu estiver errado. Quer dizer, no caso do Landau, a adaptação pediria a substituição da caixa automática por uma mecânica, tipo a da Ranger, por exemplo.

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    1. Um câmbio automático, mesmo que seja uma slushbox antiga, não traz problemas à adaptação. Eu particularmente acho até mais seguro, já que fica complicado sincronizar 2 motores num câmbio manual se for fazer um sistema híbrido mais parecido com os hoje disponíveis em modelos de série. Mesmo se fosse fazer um híbrido com hub-motors num eixo e o outro tracionado pelo motor a combustão interna, eu acho mais seguro fazer com câmbio automático, ou no mínimo embreagem automática, para evitar da driveline elétrica sair arrastando o veículo na marra depois do motor a combustão "morrer".

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  6. kara tenfo um omega 2,2 1994. seria ótimo poder transforma-lo para eletrico. Estou disposto a encarar a experiencia. meu email sclanag@gmail.com por favor entre em contato

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  7. Onde eu consigo um kit como eu faso?

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